Esso decide plantar 20 mil árvores para proteger mico-leão-dourado em risco

Nesses tempos de desmonte de todo o aparato de proteção ambiental no Brasil, nada como registrar iniciativas de apoio à natureza. Enquanto os órgãos oficiais e o próprio Ministério do Meio Ambiente colecionam retrocessos, grandes corporações começam a se mexer. A ExxonMobil (Esso no Brasil) decidiu contribuir com a preservação do mico-leão-dourado, espécie ameaçada de extinção. Calcula-se que não restem mais de 3 mil indivíduos na natureza. A Esso decidiu  patrocinar o plantio de 20 mil mudas de árvores nativas da Mata Atlântica em Silva Jardim (RJ),  para garantir a regeneração do bioma onde vivem os animais da espécie.

A ação representa investimento de R$ 1 milhão. E resulta de parceria entre a multinacional e a Associção do Mico-Leão-Dourado, com intermediação do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio). O plantio – em área equivalente a 14 campos de futebol – tem por objetivo enfrentar um dos principais desafios da preservação da espécie. É que com a fragmentação da Mata Atlântica, recortada em florestas esparsas, os animais não conseguem se encontrar, o que dificulta a reprodução. A área a ser recuperada pela Esso e seus parceiros fará a conexão entre os fragmentos da Mata Atlântica. E deve também gerar renda para a comunidade local. O projeto localiza-se próximo a um inovador viaduto florestal às margens da rodovia BR-101.

“Programas de conservação bem sucedidos como este são fundamentais para proteger a preciosa biodiversidade do Brasil e garantir a sustentabilidade de ecossistemas críticos para as próximas gerações”, defende Alexandre Ferrazoli, Gerente de Projetos do Funbio. “A Mata Atlântica não é apenas um local de alta biodiversidade, mas também desempenha um papel importante na redução das emissões de carbono, diminuindo a concentração de gases causadores do efeito estufa na atmosfera”. Secretário da ANLD, Luís Paulo Ferraz lembra que só restam 3 mil animais da espécie na natureza. E acrescenta:  “A nova parceria nos ajudará na missão de garantir a sobrevivência de um dos símbolos nacionais do Brasil, em um projeto que planta florestas e gera renda localmente para famílias produtoras de mudas de espécies nativas”.

O Funbio é uma associação civil sem fins lucrativos, criada em 1996 por meio de doações do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF, em inglês). O Funbio é uma agência nacional implementadora tanto para o GEF quanto para o Fundo Verde do Clima (GCF, em inglês) e já apoiou mais de 280 projetos de conservação. A AMLD foi fundada em 1992 com base no trabalho do Programa de Conservação do mico-leão-dourado afiliado ao Instituto Smithsonian (Washington, DC). A organização se dedica a proteger a espécie e garantir sua sobrevivência a longo prazo em seu habitat natural, a Mata Atlântica. Pois é. E ainda tem gente no governo demonizando  instituições não oficiais que trabalham em defesa das matas, dos animais, rios e povos das florestas no Brasil. E viva a natureza!

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Foto: AMLD/ Funbio/ Esso

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