Cansada de caminhar dentro de casa (onde posso me movimentar sem as sufocantes máscaras da pandemia) decidi nesta semana tomar um pouco de sol e respirar ar puro, coisa que não venho fazendo com frequência desde que o acessório se tornou obrigatório, como forma de enfrentar o coronavírus.
Fico com pouco fôlego, mas mesmo assim, decidi encarar. Para aproveitar o verde e a exuberância do que resta da Mata Atlântica na Zona Norte, decidi andar por Apipucos, Dois Irmãos, Sítio dos Pintos. Uma delícia, no frescor da manhã. Mas, sinceramente, é de estarrecer a quantidade de lixo acumulada nas ruas. Até mesmo nas calçadas de órgãos oficiais como a Compesa e a Universidade Federal Rural de Pernambuco.
Na Ufrpe, havia muito lixo acumulado – a universidade está sem aula – mas, pelo menos, tinha funcionários limpando. Mas está difícil chegar ao escritório da Compesa, em Dois Irmãos, sem escalar montanhas de detritos. Uma verdadeira falta de respeito aos usuários. O escritório esteve fechado devido à pandemia, e voltou a funcionar há poucos dias. Mas seu entorno parece um terreno baldio.
Calçada não tem mesmo. É no barro batido. E é impressionante como está cercado de lixo, principalmente nas laterais. Sinceramente, essa cultura de sujeira é chocante aqui no Recife. De se botar lixo onde não se deve. E o que é pior, banalizar essa situação. Virou normal. É todo mundo esperando pela Emlurb para fazer a varrição. Custa nada a Compesa dar exemplo e evitar que seus clientes tenham que caminhar pelo lixo até o escritório de atendimento? Vejam só que cena triste. Dá até vergonha para o morador do Recife. Escorpião aí deve fazer festa. É bom nem usar sandália.
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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife