Escola de Frevo completa 25 anos a serviço do passo com “festa” virtual

Nem no carnaval de 2021 – que teve suspensão decretada devido à pandemia – nem nesse dia 6 de março, quando completa 25 anos de fundação. Fechada até que melhore a situação sanitária do país, a Escola de Frevo Maestro Fernando Borges não deixou a data passar em branco, apesar desse sábado de lockdown. É verdade que seus professores e alunos não podem ganhar o asfalto, seguindo uma orquestra de metais, como gostariam devido às medidas restritivas decretadas pela pandemia.

Então, a escola  – que já formou gerações de passistas – comemora a data no mundo virtual, via perfis da Prefeitura do Recife no Instagram e no Facebook, com a divulgação de  depoimentos de pessoas que fizeram e fazem parte da história da escola, entre alunos e professores, que descobriram a dança como meio de vida, embalados pelo ritmo eleito patrimônio cultural imaterial da humanidade. Além disso, serão disponibilizados tutoriais curtinhos de passos tradicionais da extensa biblioteca do frevo, que não para de crescer, nem deixa ninguém ficar parado.

Ao longo desse mês de março, serão 16 vídeos divulgados. Quem ensina a fazer a tesoura, o abre-alas, o saci-pererê, o preparação de bailarina, o ponta de pé e calcanhar, o trocadilho, o pontinha de pé, o alegria no salão, entre outros movimentos que saíram das ruas para entrar na posteridade do frevo, são quatro professores da Escola, todos crias da casa: Junior Viegas, Bhrunno Henryque, José Valdomiro  (Minininho), e Werison Fidelis (Pinho). Minininho entrou na escola ainda menino e lá se fez professor e coreógrafo, além de produtor cultural, instrutor de Pilates e educador físico com pós graduação em Estudos Contemporâneos em Dança, além de ser pós graduando em Reabilitação de Lesões e Doenças Musculoesqueléticas.

Ex aluno da Escola de Frevo, Werison não só virou professor, como desenvolveu método usando o passo para crianças com necessidades especiais.

“Iniciei minha trajetória na dança há 20 anos atrás, em 2001, na Escola de Frevo do Recife, onde hoje sou professor” afirma Junior Viegas, professor da Escola de Frevo do Recife e do Museu Paço do Frevo, além de diretor do Studio Viégas de Dança.“Ela é entrelaçada com a minha trajetória de vida pessoal e profissional. Através da Escola eu pude conhecer cidades, estados, países, conhecer outras culturas, outras pessoas, fazer intercâmbios”, diz Bhruno Henryque, que é coreógrafo, quadrilheiro e pesquisador, cursa Licenciatura em Dança (UFPE), além de se dedicar à dança popular, clássica, contemporânea e ao hip-hop.

“São 25 anos de resistência, de luta, de existência e de oportunidade”, afirma   Werison, o Pinho, estudante de Educação física, professor, bailarino, coreógrafo e passista com passaporte carimbado em mais de 15 países. Ele é considerado por muitas mães de crianças deficientes como “o ser encantado do frevo”, ao conseguir utilizar o ritmo e sua coreografia como tratamento para crianças com problemas físicos e mntais. A Escola de Frevo foi implantada em 6 de março de 1996, com o objetivo de contribuir para a preservação da cultura pernambucana. Foi pensada inicialmente para atender alunos da Rede Municipal de Ensino. Em 1999, passou a se chamar Escola Municipal de Frevo Maestro Fernando Borges, assumindo a missão de oferecer aulas diárias e gratuitas de frevo para pessoas de todas as idades, fortalecendo uma das mais importantes expressões culturais recifenses e brasileiras. Por conta da pandemia, as aulas estão suspensas. instalações. A Escola de Frevo fica na Rua Castro Alves, no bairro da Encruzilhada.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Acervo #OxeRecife

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