Eneida Maria de Souza é professora titular e emérita da Universidade Federal de Minas Gerais e pesquisadora do CNPq, e figura conhecida nos meios acadêmicos e literários. Ela é autora, entre outros livros, de A pedra mágica do discurso; O século de Borges; Crítica cult; Pedro Nava, o risco da memória; Janelas indiscretas e Modernidade toda prosa, em coautoria com Marília Rothier Cardoso. É organizadora de Correspondência – Mário de Andrade & Henriqueta Lisboa, Prêmio Jabuti 2011. Eneida é considerada uma das maiores autoridades em Mário de Andrade, um dos principais personagens da histórica Semana de Arte Moderna de 1922 (e autor de Macunaíma, o herói sem nenhum caráter).
Na quarta-feira (26/10), ela acrescenta mais uma publicação ao seu extenso currículo. A escritora se antecipa às comemorações do centenário do Modernismo no Brasil, e lança hoje Narrativas Impuras, livro de ensaios da autora. É mais uma publicação da Companhia Editora de Pernambuco (Cepe). A live de lançamento do livro será no próximo dia 27, com um bate-papo entre a autora, o editor do selo Pernambuco da Cepe (Schneider Carpeggiani) e a crítica literária Heloísa Buarque. O encontro acontece às 19h30 no canal da Cepe no YouTube. Dia 6 de novembro Narrativas impuras terá lançamento presencial, às 11h, na Livraria Quixote, que fica em Minas Gerais. Ou melhor, na capital, Belo Horizonte. O livro reúne uma seleção do que há de mais representativo na produção da autora durante sua trajetória acadêmica nos últimos 20 anos.
Motivada pela curiosidade intelectual, Eneida pautou-se pela diversidade de interesses, mas prestigiou as análises da obra de Mário de Andrade como abertura para futuras reflexões. A relação da escritora com a obra de Mário de Andrade corresponde à maior parte de suas pesquisas, iniciada com a tese de doutorado, defendida em 1982 na Universidade de Paris VII, sobre Macunaíma. O trabalho resultou no livro A pedra mágica do discurso (1988). No correr dos anos, a autora passou a se interessar pela análise da obra ensaística e pela correspondência do modernista com os amigos escritores de Minas Gerais e do Brasil. “Me sinto muito próxima do empenho de Mário de Andrade em valorizar a cultura popular em suas mais variadas formas. Meu livro contém, em grande parte, textos que analisam obras literárias e de outra ordem, em que são discutidas questões acerca da cultura popular”, enfatiza.
Eneida Souza integra um projeto interinstitucional chamado Minas mundo e o cosmopolitismo brasileiro, que está sendo desenvolvido há um ano por pesquisadores do Rio, São Paulo, Campinas e a Universidade de Princeton. Ela explica que o objetivo do projeto é o de apontar o lugar pioneiro de Minas Gerais na discussão sobre a relação entre metrópole e província, no sentido de desconstruir lugares hegemônicos de produção de saberes, pelo deslocamento e a relatividade interpretativa. “Estamos todos empenhados nessa reflexão, sendo que há ensaios no livro que discutem essa situação. A necessidade também de retomar manifestações artísticas que fogem um pouco dos valores instituídos pelo cânone”, diz.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Divulgação