Catirina, papa-fumo, helicóptero, cavalinho-de-judeu, cavalinho-do-diabo, corta-água, donzelinha, ziigue-zague, cabra-cega. Os nomes são muitos. E alguns têm até lógica, como corta-água, já que esse gracioso bichinho se aproxima mesmo da superfície de lagoas e riachos, onde a água esteja parada. Na minha infância costumava contemplá-los, pois havia em grandes quantidades nos jardins. Mas até hoje não sei porque as pessoas daquela época costumavam chamar esses bichinhos de cavalo-do-cão. Que horror. Até porque as libélulas não são só beleza. Elas prestam um grande serviço à natureza, trabalhando pelo equilíbrio ecológico sem cessar. Uma líbélula pode comer nada menos de 600 insetos, em um só dia. Entre eles, o famigerado Aedes aegypti, aquele que todo mundo conhece, devido à dengue, à Zika e à chikungunya.
Porque falo das libélulas? Porque, sinceramente, nunca vi de tantas espécies diferentes nesses tempos de isolamento social, decretado pela pandemia. Será que como os animais silvestres maiores, incluindo as capivaras, elas estão mais à vontade por conta dos espaços vazios (de gente e de carros)? Aqui no meu bairro, Apipucos, nunca foram tão numerosas e variadas. Uma verdadeira festa. São encontradas em quintais, jardins, até na fiação elétrica, ou nos objetos em nossas residências. Há escuras, douradas,vermelhas, algumas com asas “decoradas”. Fui ler sobre esse animalzinho e descobri que ele é curioso, pois além de ser um devorador de insetos (embora seja um deles), tem um olho de fazer inveja a nós, humanos. É que seus olhos possuem nada menos de 30.000 facetas, o que dá à espécie um campo visual absurdo, de 360 graus. Somente. A outra curiosidade é que embora o bichinho tenha seis pernas, não consegue usá-las para andar.
Você já viu uma libélula andando? Difícil, não é? Em compensação, pensem em um poder voador… Uma libélula pode voar até 85 quilômetros por hora. Ou seja, desenvolver a velocidade de um automóvel. As libélulas somam nada menos de 5.000 espécies no mundo, das quais 1.200 no Brasil. E eu que achava que estava vendo muitas, só por conta de texturas e diferentes cores, como essa vermelha da foto. Lindíssima.
Antes da pandemia, há pelo menos duas décadas não via, aqui na minha casa, uma libélula vermelha. Pois agora, elas viraram “arroz de festa”. Podem ser vistas em muitos lugares. A outra incrível, que apareceu, foi esta com as asas listradas. Nunca tinha visto essa espécie em toda minha existência. Pois veio, passeou pela casa, fez charme e ficou horas na luminária de minha copa. Linda demais, um presente da natureza,durante a pandemia!
Veja, abaixo, no vídeo o charminho que ela fez. Gracinha…
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos e vídeo: Letícia Lins e Thiago Lins/ Cortesia