Primeiro foi a Daterra Project, que ganhou premiação pela sua preocupação com a sustentabilidade. Como vocês sabem, a empresa localizada no município pernambucano de Riacho das Almas foi agraciada no início deste ano com o Prêmio Fashion Futures, concedido pela C&A, para aquelas iniciativas que repensam o futuro da moda. A Daterra foi reconhecida pelo benefício que traz ao meio ambiente, reaproveitando toneladas de restos de jeans que seriam descartados na natureza pelo Polo de Confecções do Agreste. Agora foi a vez da Refazenda, também de Pernambuco, que acaba de ter um outro tipo de reconhecimento. É que foi certificada como Empresa B. É a segunda no Nordeste a receber o certificado. De parabéns, portanto, a estilista Magna Coeli, que tem mais de 40 anos no mercado da moda, trinta dos quais à frente da Refazenda, que recentemente inaugurou uma loja cheia de bossa na Praça de Casa Forte.
No mundo, existem cerca de 5.000 Empresas B certificadas, sendo mais de 800 na América Latina, 200 das quais no Brasil. No Norte e Nordeste, a primeira a ser certificada foi a Construtora Viana & Moura, que também é do Recife. Segundo Marcos Queiroz, Diretor de Soluções da Refazenda, a certificação reconhece boas práticas e políticas, assim como o compromisso em aspirar altos padrões de desempenho social e ambiental, e de transparência e responsabilidade. “Isso contribui para uma tendência global de empresas que medem e gerenciam impactos sociais e ambientais com o mesmo rigor que o fazem com impactos financeiros”, explica o diretor. As Empresas B medem os impactos que suas ações geram em seus grupos e áreas de interesse como trabalhadores, comunidade (fornecedores e distribuidores), meio ambiente, governança e clientes. Desde que começou a trabalhar com moda, Magna sempre se preocupou em evitar desperdício, aproveitando retalhos para novos looks.
Também valoriza o artesanato da região, incorporando-os aos modelos produzidos, dando visibilidade e nova opção de renda para profissionais que vivem da produção manual de bordados, labirinto, frivolitê, objetos de palha não só em Pernambuco como em estados vizinhos. “Explicar essa certificação de empresa “B” é como se voltássemos 30 anos nas nossa práticas, pois fazemos essas ações há tanto tempo porém não foram documentadas. Exemplos: o uso de retalho como matéria prima, não como resíduo; a longevidade da empresa; os 32 anos de persistência nesse processo de reengenharia; o envolvimento social de artesões de artesanato local; a prioridade de fazer processos à mão como bordados, croché”, afirma a estilista.
“A venda é lúdica, em lojas afetivas, e tudo isso faz parte de um processo pensado que a Refazenda vem há 32 anos militando”, explica. Ela informa que, durante a pandemia, a empresa passou por auditorias para documentar todos esse processos que, na prática, já eram realizados. Com todas essas ações ratificadas, a empresa ganhou o reconhecimento. Esse novo modelo preconizado de empresa “B” vai além do dever de seus acionistas e administradores. E incorpora em seu estatuto social interesses não financeiros de longo prazo. A organização certificadora é a B Lab, uma entidade sem fins lucrativos nos Estados Unidos, que desde 2006, promove as B Corps, ou Empresas B (empresas de triplo impacto positivo: ambiental, social e econômico) no mundo. O Sistema B é uma fundação que acredita que governos, organizações da sociedade civil, movimentos sociais, cidadãos e a responsabilidade social corporativa, todos juntos, não são suficientes para resolver os problemas sociais e ambientais atuais.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Divulgação / Refazenda