Em plena fase de preparação para COP-30, devastação preocupa na Amazônia

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Notícia para lá de triste. Os municípios situados no Interflúvio Madeira-Purus, região atravessada pela rodovia BR‑319, apresentaram crescimento de 67% na taxa de desmatamento em abril de 2025, em comparação com o mesmo período de 2024. Perda verde complica, nesses tempos de eventos extremos provocados pelas mudanças climáticas. E a alta preocupante ocorre em período de fortes chuvas, dificultando a fiscalização, além de evidenciar o avanço da pressão antrópica na região, intensificada pela expectativa de obras e melhorias de infraestrutura na BR‑319, segundo informa o Observatório BR‑319.

O Interflúvio é uma vasta área de terra, que fica na Bacia dos rios Madeira e Purus. Dados de monitoramento sobre a área de influência da BR‑319 podem ser acessados no informativo mensal e no mapa interativo do Observatório BR‑319, disponível em observatoriobr319.org.br. O avanço do desmatamento na região estudada acompanha o salto significativo observado na Amazônia Legal, que teve 25.885 hectares (ha) desflorestados no período — aumento de 38% em relação a abril de 2024. O destaque negativo vai para o Amazonas, com crescimento de 108%. Mas pelo menos há o que comemorar: Rondônia reduziu as perdas florestais em 12%.

Entre os treze municípios da área de influência da BR‑319, pasmem, Tapauá, Manaquiri e Lábrea registraram maior aumento percentual de alertas de desmatamento em abril, com taxas de 1.178,1%, 1.149,3% e 776,9%, respectivamente, em comparação ao mesmo período de 2024. Isso ocorreu mesmo com a presença de Áreas Protegidas e no período chuvoso. Somente Lábrea concentrou 34% de todos os alertas de desmatamento registrados em abril no Amazonas.

Entre as Áreas Protegidas, a Floresta Estadual (FES) Tapauá voltou a apresentar desmatamento, com 77,5 ha desflorestados. Unidades de Conservação como o Parque Nacional (Parna) Mapinguari (95,8 ha) e a Floresta Nacional (Flona) do Iquiri (60,25 ha) também registraram desmatamento. Por outro lado, nenhuma das 69 Terras Indígenas monitoradas na área de influência da rodovia apresentou desmatamento, ressaltando a importância dessas áreas para a proteção contínua da Amazônia. Ainda bem….

Desmatamento aumentou na região estudada na Amazônia mas, pelo menos, caiu em Rondônia (12 por cento)

“A retomada das atividades de desmatamento, inclusive em UCs como a Floresta Estadual Tapauá, pode estar relacionada à sinalização política e econômica de reativação da rodovia, tendendo a impulsionar a especulação fundiária e o avanço da fronteira agropecuária. Além disso, a dificuldade operacional de fiscalização no período chuvoso contribui para o aumento das ilegalidades ambientais”, destaca Heitor Pinheiro, especialista em geoprocessamento e analista do Idesam (Instituto de Conservação, Desenvolvimento e Sustentabilidade da Amazônia).

Em abril de 2025, a Amazônia Legal voltou a demonstrar os efeitos positivos do período chuvoso: os focos de calor caíram 73% em comparação a abril de 2024, totalizando “somente” 293 registros. O Amazonas acompanhou essa tendência, com redução de cerca de 71%, e Rondônia chegou a 79% de queda, reforçando o papel das chuvas na contenção de queimadas e incêndios florestais. No Interflúvio Madeira‑Purus, tradicionalmente sensível às mudanças sazonais, o recuo também foi expressivo: 64% a menos de focos, com somente seis ocorrências detectadas.

Com as chuvas, os focos de incêndio diminuíram no território estudado, mas o desmatamento…

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Orlando Júnior / Divulgação

One comment

  1. Com todos os alertas e evidências do aquecimento global, o desmatamento cresce absurdamente em todas as direções, na Amazônia legal, principalmente. Triste e revoltante. Temos um congresso, uma bancada comandado pelo agronegócio e mineração, grande parte, abutres da natureza. Triste, lamentável e vergonhoso.

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