Em defesa das águas no Nordeste

Compartilhe nas redes sociais…

Estive no Sítio dos Pintos, para conferir a  interessante exposição na Associação dos Moradores daquele bairro da Zona Norte, dentro do Projeto Paisagem, História e Cidadania Ambiental UCN Sítio dos Pintos.  É que, embora poucas pessoas saibam disso, aquele bairro – ainda verde e cortado por riachos – é uma unidade de conservação da natureza, uma das  25 situadas no Recife. O Projeto vem sendo desenvolvendo pela Associação Águas do Nordeste, entidade não governamental cuja missão é contribuir para o conhecimento, a conservação e a gestão das águas no Nordeste do Brasil. Seu presidente é Ricardo Braga (foto), cuja trajetória na defesa do meio ambiente não é de hoje.

A ANE foi fundada em 2011, e desenvolve diferentes projetos, sobretudo em Pernambuco. Além do que vem sendo realizado na UNC Sítio dos Pintos,  está o  Águas de Areias, no Agreste. E outros na Apa de Guadalupe, na Reserva de Vida Silvestre de Gurjaú, e na Estação Ecológica  de Caetés. Atua, com projetos na Educação Ambiental no Ensino Básico, Educação Ambiental Comunitária, produção de jogos educativos ambientais. Além disso, mantém um viveiro florestal em Sítio dos Pintos, que produz 12 mil mudas de árvores nativas e fruteiras por ano. São mais de cem espécies cultivadas, embora no momento elas sejam 50.

A sementeira da ANE, em Sítio dos Pintos, produz 12 mil mudas de árvores nativas por ano de 100 espécies.

Os preços das mudas variam de R$ 4 a R$ 35 a unidade, dependendo da espécie. As mudas são comercializadas para órgãos públicos e iniciativa privada. “Trabalhamos também, e  principalmente, com demandas programadas”, informa Ricardo Braga, contando que recentemente recebeu pedido de 800 mudas da Prefeitura de Juazeiro do Norte (CE) e 200 de Paudalho (PE). No terreno da sementeira – com área de 3.900 metros quadrados – funciona a sede da ANE. Junto “ao Parque Estadual de Dois Irmãos, que é o coração da Mata Atlântica do Recife e que possui o primeiro manancial utilizado para abastecer a cidade”, lembra ele.

As mudas tanto podem ser de plantas nativas da Mata Atlântica quanto da caatinga. Para desenvolver seus projetos, a ANE atua em parceria com órgãos como Ufpe, Ufrpe, Upe, Ifpe, Fundaj,  entre outros. Também  trabalha na área de publicações pedagógicas. Entre as Edições ANE, encontram-se Guia para Adequação Ambiental em Assentamentos Rurais, Gestão e Educação Ambiental na Bacia do Capibaribe, Agadoisó no Semiárido (Contação de história). Águas de Areia, entre outros. Nos seus primeiros anos, a ANE foi parceira da Ufrpe e da Apac na execução do Programa Capivara de Educação Ambiental e Mobilização Social na Bacia do Capibaribe.

Leia também:
Animais: eles precisam de nós
Verde em risco em Paulista
Mais matas devastadas em Paulista
Mata de pau-de-jangada destruída
Mata linda preservada em Pernambuco
“Pulmão” protegido no Grande Recife
Conhecendo a Mata Atlântica
Parem de derrubar árvores (66)
Salvem os ipês, por favor
Mais proteção para o Litoral Sul
Sementes que brotam na Zona Norte
“Mexeu com a natureza, mexeu comigo”

Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.