Dona Didi é muita história

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Coisa linda, essa Dona Didi. Uma simpatia de gente, quase aos cem anos. Para os que não sabem, Dona Didi é Adriana Falangola Benjamim. Aos 98, ela é a única representante viva do cinema mudo feito em Pernambuco a partir da segunda década do século passado. Naquela época, nossa capital sediava uma das mais profícuas produções regionais de cinema. Era o chamado de Ciclo do Recife, que movimentou período entre os anos 1922 e 1931, quando surgiram Aitaré na Praia, Retribuição, Grandezas de Pernambuco, entre outros.

Didi nasceu na Itália, e veio para o Brasil ainda bebê. O pai, Ugo Farangola, foi um dos fundadores da Pernambuco Films, a primeira produtora de cinema com sede aqui no Estado. A história de Didi foi resgatada pelo pesquisador e cineasta Marcos Enrique Lopes, através do filme Janela Molhada, no qual ele mostra sua participação em produções de uma das épocas mais marcantes do cinema pernambucano. Essa semana, Didi ganhou os holofotes. Ela recebeu o título de Cidadã do Recife, concedido pela Câmara Municipal. A honraria foi proposta pelo vereador Ricardo Cruz (PPS), para quem Didi é um patrimônio vivo da cultura em Pernambuco.

Simples, com a cabeleira branquinha, ela se emocionou com a lembrança. E também  com a  homenagem que lhe foi concedida. “Eu e minha família e amigos agradecemos a honraria de receber o título. E recordo o Frevo número 3 de Antônio Maria (Sou do Recife com orgulho e com saudade)”, afirmou, em discurso lido pela filha, também Adriana. (Antônio Maria nasceu em 1921 e morreu 1964). Depois, disse que tudo que aprendeu, em sua vida, foi no Recife. Aí citou outro pernambucano, dessa vez o pintor Cícero Dias (1907-2003). E repetiu a famosa frase do artista, que dá nome, também, a um dos seus trabalhos mais famosos. “Eu vi o mundo, e ele começava no Recife”.

Texto: Letícia Lins / #OxeRecife

Fotos: Carlos Lima / Divulgação / Câmara Municipal

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