Quem foi, só se divertiu. E saiu com gosto de quero mais. Quem não foi, ficou com vontade de ir. Essa época é particularmente difícil. Dezembro é mês de confraternizações, de formaturas, casamentos, essas coisas, muitos compromissos a cumprir. Mas o Grupo MeninXs na Rua já prometeu que em janeiro, haverá repeteco do programa. Embora se dedique às andanças a pé pelo Recife, algumas bem longas – como a realizada este ano entre Rosarinho e Aldeia – o Grupo vai se organizar para, em janeiro, ir remar de novo. Ou seja, “caminhar sobre as águas”, como diz Agenor Tenório, caminhante e um dos coordenadores do MeninXs.
Refiro-me ao passeio de caiaque, a Remada Pirapama, pela Barragem do Pirapama, que fica no município do Cabo de Santo Agostinho, a 41 quilômetros do Recife. Eu até ia, mas também tive compromisso. Não devo ser boa de remo, mas Agenor Tenório – que organizou o programa – me informa que há caiaques duplos. E meu filho, Thiago, topou “puxar” as remadas, sentado à minha frente. Eu acho que eu ia “remar” de “enfeite”. Mas ficou para depois, porque tinha compromissos no Recife e não tive como ir. O passeio teve duração aproximada de duas horas e meia. A Remada contou com assessoria do instrutor Sérgio Peres. Em 27 de dezembro haverá uma outra, no Recife, bem especial: a Remada das Luzes, que promete ser liiiiiiiiiiiiiiinda. Depois, darei informações mais detalhadas sobre ela.
Quanto à Remada do Pirapama, os “caminhantes” ficaram muito felizes, a julgar pela cara dois dois ali na foto. “Obrigado a todos os novos remadores que conosco viveram momentos felizes em Pirapama. Foi uma “caminhada sobre as águas”, em um dia especial, homenageando o orixá feminino Iemanjá, que dentro do nosso querido sincretismo religioso também reverenciou Nossa Senhora da Conceição”, afirma Agenor. A remanda foi no 8 de dezembro, no momento em que eu subia o Morro da Conceição, ritual que cumpro, religiosamente, a cada ano. Depois, tive casamento de dois amigos, para ir. Mas na próxima, se Deus quiser, Iemanjá o permitir e com os braços de Thiago para ajudar, estarei lá.. O pessoal já está começando a se inscrever.
A Barragem do Pirapama é a segunda maior da Região Metropolitana. Ela tem capacidade para armazenar 60 milhões 880 mil 246 metros cúbicos de água. E, durante os finais de semana, é frequentada pro moradores da área, que costumam ocupar um local chamado “Prainha” onde o banho de água doce vira uma festa. Tem, até, quem use jet ski. A assessoria de imprensa da administradora da Barragem (Compesa), no entanto, informa que não autoriza nem banhos nem o uso para esportes náuticos. No último caso, e ainda mais com caiaques, é uma besteira proibir. O caiaque não polui. “Em outros lugares, as barragens são utilizadas, e muito, para esportes náuticos”, diz Sérgio Peres. E a Guarapiranga, em São Paulo, é o melhor exemplo. “Ela tem marinas com todos os tipos de embarcação e é lá que treina a equipe brasileira de canoagem”. Sérgio rema desde 2005, conhece todos os rios, lagos e represas da Região Metropolitana e já fez inclusive percurso de 300 quilômetros pelo Rio São Francisco, saindo de Paulo Afonso até a foz. Lembra que o turismo ecológico está em evidência. “Nunca vi fiscalização da Compesa em nenhuma das barragens e nós, como cidadãos, podemos até funcionar como parceiros na preservação daquele ambiente”.
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Texto: Letícia Lins/ #OxeRecife
Foto: Raimundo Nonato/ MeninXs na Rua/ Cortesia