“Vixe”, que o Dia Nacional do Frevo vem aí para “frever” o Recife. Não vai dar para sextar fazendo o passo, mas no sábado (14/9), sim. Tudo para marcar a data, em homenagem ao mais recifense dos ritmos. Pois a partir das 18h, a festa vai ser grande, segundo informa o Paço do Frevo que estará de portas abertas, com entrada gratuita para qualquer visitante, das 11h às 18h. Defronte do Museu – que fica de frente para a Praça do Arsenal – haverá apresentação do Bloco Lírico Cordas e Retalhos no mesmo horário. A partir daí, duas agremiações carnavalescas rivais – Elefante de Olinda e Pitombeira dos Quatro Cantos – começam a desfilar.
Uma sai da Rua da Guia (na lateral do Paço do Frevo) enquanto outra vai pela Rua do Bom Jesus, promovendo um belo arrastão, a seis meses de distância da festa de carnaval de 2025. O passo não é só para os dias de Momo mas para todo o ano. É só passar no Recife no sábado, para se ver o montão de gente que vai seguir as duas agremiações, que vão puxar as multidões até o Paço onde ocorre a apoteose do frevo.
“Será uma experiência fantástica o encontro de gigantes olindenses que não desfilam juntos há pelo menos 30 anos. Uma rivalidade afetuosa, de irmãos, que será recepcionada com muita alegria pelo bloco recifense Cordas e Retalhos. É festa no Recife, é festa no Brasil inteiro, vide o Museu do Amanhã (RJ) e o CultSP, equipamentos geridos pelo IDG como o Paço do Frevo, que também celebram esse tão importante dia dedicado a nosso ritmo. Nada menos do que o Frevo merece”, afirma Luciana Félix, diretora do Paço do Frevo.
Ela se refere ao que de belo o Frevo levará para outros territórios nessa festa nacional. Em frente ao Museu do Amanhã (RJ), a Praça Mauá recebe show da Orquestra Na Paralela do Frevo, liderada pelo maestro e trompetista Nailson Simões, e os bailarinos Iane Costa e Micha Nunes, em uma programação com início às 15h. Em São Paulo, o CultSP apresenta a Orquestra Frevo Capibaribe, que pretende ferver tudo aos passos de Sémada Rodrigues – uma formação com a dançarina pernambucana começa às 13h e a apresentação emenda às 14h.
Toda esta celebração pode estar deixando alguém se perguntando: mas e o 9 de Fevereiro, Dia do Frevo? Aqui em Pernambuco, a manifestação é tão bem-estimada que tem dupla comemoração. O 9 de Fevereiro marca a primeira aparição da palavra “Frevo”. Foi no Jornal Pequeno de 1907 que o historiador Evandro Rabelo encontrou o registro. Já o 14 de Setembro, instituído como o Dia Nacional do Frevo em 2009, também se refere à imprensa e homenageia o nascimento do jornalista Osvaldo de Almeida, que contribuiu de forma significativa para a circulação do vocábulo “Frevo” na mídia.
“O Frevo é patrimônio recifense, mas também de todo o Brasil e do mundo. Além do nosso 9 de Fevereiro, este 14 de Setembro federal merece ser celebrado com muitos acordes. Isso confirma o papel do Paço: promover o encontro da cidade com um de seus mais importantes e característicos patrimônios culturais o ano inteiro. Para colocar nosso Frevo na rua, todo dia é dia”, declara Marcelo Canuto, presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife.
A secretária de Cultura do Recife, Milu Megale, convida o público a festejar. “Estamos falando de um ritmo que é patrimônio imaterial, que inspira artistas e traduz tão bem o jeito do nosso povo se expressar e faz nosso coração bater mais forte. Vamos curtir mais este evento do Paço do Frevo, que se dedica a manter o gênero vivo o ano inteiro.”
ENCONTRO DE GIGANTES – Em palco montado em frente ao Paço do Frevo, o Bloco Lírico Cordas e Retalhos canta ao som da Orquestra do Maestro Edson Rodrigues a partir das 18h. Fundada no Recife em 1998, a agremiação tem em seu nome a indicação da formação da orquestra de pau e corda e a diversidade multicultural do Carnaval de Pernambuco, metaforicamente identificado na imagem dos retalhos.
Simultaneamente ao começo da apresentação do Cordas e Retalhos, dois arrastões de Frevo se iniciam na Avenida Rio Branco. Com seus mais de 70 anos de tradição, o Clube Carnavalesco Misto Elefante de Olinda será conduzido pela Orquestra do Maestro Oséas. Do outro lado, com um P marcado na testa, 77 anos de história, a Troça Carnavalesca Pitombeira dos 4 Cantos é guiada pela Orquestra Paranampuká, liderada pelo maestro Rinaldo. A chegada das gigantes do Carnaval de Olinda ao Paço marca a apoteose do festejo, com o encontro das três agremiações em um Frevo fervente que arremata a celebração desta data nacional.
PAÇO DO FREVO – O Frevo é patrimônio imaterial da humanidade pela Unesco e do Brasil pelo Iphan e um convite à celebração da vida. Em Pernambuco, o Paço do Frevo é seu lugar máximo de expressão. Reconhecido pelo Iphan como Centro de Referência em ações, projetos, transmissão, salvaguarda e valorização de uma das principais tradições culturais do nosso país, o museu atua nas áreas de pesquisa e formação em dança e música e na difusão das agremiações por meio da ativação de memórias, personalidades e linguagens artísticas,
O Paço do Frevo é um equipamento da Prefeitura do Recife com iniciativa da Fundação Roberto Marinho e gestão do Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG). Por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, a Lei Rouanet, em 2024 o museu tem o patrocínio master do Nubank, o papel de mantenedor do Instituto Cultural Vale e do Mercado Livre, o patrocínio da Rede e Vitarella, o copatrocínio da SulAmérica, com o apoio do Grupo Globo e da White Martins.
SERVIÇO
Dia Nacional do Frevo no Paço do Frevo
Com Elefante de Olinda, Pitombeira dos Quatro Cantos e Cordas e Retalhos
Sábado, 14 de setembro, a partir das 18h
Acesso gratuito