Hoje, 2 de fevereiro, é o Dia de Áreas Úmidas, aquelas que ficam na fronteira entre o ambiente aquático e o terrestre. Como charcos, pântanos, mangues, várzeas. Também a faixa de mar entre o oceano e a areia, com até seis metros de profundidade. Áreas úmidas podem passar o ano inteiro ou parte dele encobertas. De acordo com ambientalistas, esses espaços são de extrema importância para a vida. Pois hospedam 40 por cento das espécies de todo o mundo, oferecem água e alimento para 1 bilhão de pessoas do Planeta, e ainda são capazes de estocar e apreender 50 vezes mais carbono da atmosfera do que as florestas tropicais.
Por esse motivo, hoje – no Dia Mundial das Áreas Úmidas – mais de 1.000 eventos estão sendo realizados em todo o mundo entre palestras, ações de limpeza e educação ambiental, visitas a campo guiadas, lançamento de livros, festivais e concursos culturais. Mais informações sobre estas atividades podem ser visualizadas no site da Convenção sobre Áreas Úmidas, denominada Convenção de Ramsar – um tratado intergovernamental que desenvolve ações para a conservação e uso racional das áreas úmidas e seus recursos. Apesar do Recife possuir áreas úmidas – tem rio, praia, manguezais – não há nenhuma comemoração específica para assinalar a data.
O Brasil possui a maior área alagável do mundo, o Pantanal, bioma presente em dois estados, e do qual dependem cerca de 1,2 milhão de pessoas (pesca, turismo, lavouras, serviços). Além do nosso, dois outros países (Bolívia e Paraguai) também possuem pantanal. Enquanto isso, na na Amazônia, 30 por cento do seu território é ocupado por áreas úmidas, segundo revela a WWF-Brasil, organização não governamental dedicada à conservação da natureza.
Estive recentemente na Região Norte, em Alter do Chão, no Pará, e não consegui imaginar todas aquelas praias fluviais encobertas, na temporada em que o Rio Tapajós sobe. E tanto é assim, que as construções de áreas inundáveis são todas sobre varas ou pilastras. Dicas de como proteger áreas úmidas: não degradar, restaurar áreas degradadas, conservar, usar com sabedoria, não drenar, não construir sobre elas. Infelizmente, o que a gente vê pelo Brasil, inclusive aqui no Recife, é justamente o contrário: áreas como os manguezais, destruídos pela poluição, tomadas palafitas, e recobertas de lixo.
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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife