Dia do Pau-Brasil, que os indígenas chamavam de Ibirapitanga, e que é madeira que cupim não rói

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A árvore que os indígenas que viviam às margens do Atlântico  Sul do que hoje é o Rio Grande do Norte até o que é hoje São Paulo, chamavam Ibirapitanga – que dominava a paisagem litorânea na época em que coqueiros não existiam por aqui – tornou-se, ao lado do ipê amarelo, símbolo nacional do Brasil. Afinal, é graças a essa árvore que o nosso país assim se chama.

Como primeira fonte de exploração dos invasores portugueses, o Pau-Brasil (Paubrasilia echinata) quase desapareceu da nossa Mata Atlântica. É madeira de lei que cupim não rói. Mas esse não foi o motivo da maléfica e maligna voracidade econômica europeia. E sim porque dessa madeira extraíam um corante – cor de brasa – que outrora eles usavam pra tingir tecidos.

Pau-Brasil quando foi plantado no Terreiro da Casa Branca, em Salvador, sob as bênçãos de Oxum

Entretanto, é árvore que cresce lentamente e o tronco leva anos para ficar com a circunferência da do caule de um coqueiro. Por isso, correu o risco de desaparecimento. Em 1970, o pernambucano Roldão de Siqueira Fontes criou o Movimento em defesa do Pau-Brasil, assegurando adeptos à causa e bosques à árvore. Desse trabalho é que se determinou que a partir de 1978, o 3 de maio, que até 1817 era o dia do “descobrimento” do Brasil, passaria a ser o Dia do Pau-Brasil.

Essa é a árvore que primeiro me encantou, graças ao verde exuberante de suas folhas e ao amarelo intenso e perfumado das pétalas de suas flores, em que uma pétala apenas traz a cor que a árvore carrega em seu útero-tronco. Tronco que não rompe calçadas, nem raízes que devora quintais.

Há quatro anos quando cheguei na Bahia para iniciar o meu doutorado, pedi logo autorização a @ekedysinha para plantar um Pau-Brasil na Casa Branca, num canteiro que parecia à espera de uma árvore, à frente do barco de Oxum. Em junho de 2019, quando o plantamos era só um cotoco, como se vê na foto. Hoje está do jeito que se mostra. #Paubrasil #terreirocasabranca #diadopaubrasil

Abaixo, você confere mais informações sobre o Pau-Brasil e sobre baobás.

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Texto: Fernando Batista *
Fotos: Cláudia Barreto / UFBA  e Letícia Lins / Acervo #OxeRecife
* Fernando Batista é antropólogo, doutorando em Cultura e Sociedade  pela UFBA, amante das árvores, não só do Pau-Brasil mas principalmente do baobá, do qual é o maior semeador no país,  levando filhotes da espécie de origem africana a muitas cidades brasileiras

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