Estive na sexta-feira na Fenearte e gostei muito. Aproveitei o horário da partida Brasil X Bélgica, achando que a feira estaria vazia, sem problema para estacionar. E foi o que aconteceu, pois se tornou muito tranquilo percorrer o labirinto que se estende por seus 800 estandes. Entre ano e sai ano e permaneço achando que o melhor artesanato em barro do Brasil é o de Pernambuco, Minas Gerais, Ceará e Bahia.
Em Pernambuco, o destaque – como sempre – fica por conta de Caruaru (com sua fantástica Marliete e outros artesãos do Alto do Moura), Petrolina (carrancas do São Francisco) e Belo Jardim (Serra dos Ventos), cujas peças estão cada vez mais bonitas e criativas, e que lembram trabalhos primitivos. Também são lindos os potes utilitários decorados do Ceará, com a inconfundível marca do município de Cascavel.
Minas Gerais dá show com a grande variedade de peças do Vale do Jequitinhonha, sejam moringas antropomorfas, filtros decorados, jarrinhos de parede (foto de abertura do post) ou as bonecas de suas famosas mestras. Os jarrinhos de parede estão fazendo a festa entre as donas de casa. E a Bahia tem a riqueza da cerâmica do Recôncavo Baiano, maravilhosa, porém repetitiva. Já os trabalhos em madeira, como sempre, merecem destaque os santeiros do Piauí, inconfundíveis.
Do Mato Grosso, também em madeira, chegam bancos graciosos, em forma de animais. Em couro, Espedito Seleiro não tem igual: bolsas, porta cédulas, sandálias, todos os objetos têm estética que remetem aos elementos decorativos dos gibões e chapéus dos vaqueiros nordestinos. As sandálias inclusive viram objeto de consumo de muitos vips “globais”. Dei uma garimpada nos expositores internacionais e não vi novidade nenhuma. Inclusive os expositores com artesanato procedente da África (que eram os meus preferidos), estão bem mais pobres – mas bem mais pobres mesmo – do que nas edições anteriores. Em todo caso, ponto para os doces árabes e o colorido artesanato que vem de países andinos. Nesses dias chuva – sem direito a uma boa praia no Recife – a Fenarte virou uma boa opção de lazer.
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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife