Por um problema técnico, esse post deixou de circular ontem. Como fiz com muito carinho, estou publicando hoje com um dia de atraso. Infelizmente, a tecnologia, às vezes, nos surpreende nos horários mais impróprios e quando mais precisamos dela.
No Dia das Mães, minha homenagem é para Anna Kirilovna Zaomova, a personagem fictícia de “A mãe”, o famoso romance de Gorki, um clássico da literatura russa que, infelizmente, só vim a ler agora (embora tenha assistido a peça, há muitos anos). Estou terminando o livro, com uma admiração imensa pela mulher que passou de uma dona de casa viúva e sofrida a uma militante em defesa dos direitos do proletariado, ideais que abarcou por amor ao filho, Piotr Zalamov, tratado pelos íntimos e pelos colegas de militância anti czarista como Pavel.
Anna era uma dona de casa que enfrentava com naturalidade as agruras da vida doméstica, que sente um certo alívio quando o marido morre, pois – como parece ser comum no início do século 20, na Rússia – apanhava muito do marido. Morto o seu algoz, o filho segue os caminhos do pai, e começa uma relação brutal com a mãe. Grosso que só ele. De repente, tudo muda. O que ela não sabia e vem descobrir depois, é que Pavel estava com outra mentalidade, mais delicado, muito mais civilizado e cortês com ela, porque abraçara uma doutrina e tinha virado um revolucionário contra o regime czarista. Passara,portanto, a lutar pelos direitos do proletariado e por vida digna para os “mujiques” (camponeses, que eram tratados como farrapos humanos).

De repente, Anna não é mais a dona de casa apenas. Como filho preso, mesmo já com a idade avançada, vira o que chamaríamos hoje de “avião”, no meio do tráfico de drogas. Mas ela servia como “avião” para outra coisa: distribuir panfletos “subversivos” entre o proletariado e os mujiques. Enfrentava frio e neve e a ameaça da polícia, em sua ação revolucionária. Ficava feliz, em saber que estava ajudando ao filho, que havia virado um preso político. O livro, escrito em 1907, foi inspirado em fato real, quando houve julgamento de trabalhadores que se revoltaram contra o Czar, em 1902. Para mim, Anna não só ajudou a fazer a revolução. Ela foi um exemplo de incondicional e inabalável amor materno.
Aproveito, aqui, também, para prestar homenagem a minhas filhas, que já são mães. Joana Carolina, que desde criança sempre gostou de agir com justiça e virou desembargadora federal, a primeira a ser escolhida por meritocracia em Pernambuco e não por indicação política. Hoje ela responde pela Vice-Presidência do Tribunal Federal Regional da Quinta Região. Já Juliana, produtora cultural e produtora de eventos, tem um toque mágico nas mãos, levando encanto e magia a eventos que produz, desde um café da manhã em família até festas para mais de mil pessoas.

Juliana é mãe de Maria Letícia (minha xará) e Carlos Augusto. Se dizer que mãe é um tesouro na vida dos filhos, eu diria que os meus são os tesouros de minha vida. Além de Juju e Carol, ainda tenho Thiago, o temporão, que chegou como um presente da natureza, sete anos após em pensar que havia encerrado minha carreira de emprenhar e parir. Mas todos os dias, agradeço a Deus pelo presente maravilhoso, que foi ganhar um filho, quando já tinha duas então meninas.
Na foto superior, com Juliana, com quem tomei café da manhã no Dia das Mães. Acima, apareço com Joana Carolina em exposição realizada no Museu do Estado de Pernambuco (MEP), “O Retábulo de Lins”, reunindo artistas pernambucanos que interpretaram em quadros, a narrativa do livro “Nove, Novena”, chamada “O Retábulo de Santa Joana Carolina”. A mostra foi idealizada pela pesquisadora Elizabeth Hazin. “Retable de sainte Joana Carolina” é o título com que a obra foi publicada na França, nos anos 1970 do século passado. Por esse motivo, minha primeira filha tem o nome da minha bisavó paterna, em homenagem ao primeiro livro do meu pai, Osman Lins, editado no exterior.
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Homenagem às mães do mundo e às filhas que também são mães
Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Álbum de família
Parabéns, Letícia
Pelo Dia das Mães e pelas filhas talentosas.
Deve ser um orgulho danado ver os filhos crescidos e donos de suas vidas.
Obrigada sugestão de leitura.
Letícia, o Amor de Mãe é Presente de Deus, até no silêncio ele fala, em um abraço se estende. Um Abraço desse pobre Leitor que deixa uma Música de Altay Veloso que é uma Oração e que tem as presenças de dois seres humanos lindos e brasileiros que já estão no céu, o Rolando Boldrin e a Leny Andrade uma das maiores Cantoras deste Brasil e que o Portal Sambrasil perpetuou em suas Obras de Arte Musicais em forma de Vídeos e Histórias do Samba Brasileiro e que merece sempre a visita de quem gosta de Música Brasileira pura. ESTRELA LUMINOSA DE ALTAY VELOSO
https://youtu.be/YD1YGuMh98A?si=wSGRV1D3xDPsUlgg
Obrigada, sr. Edjailson.