Já é tempo de a Neonergia chamar operadoras de telefonia e Internet à responsabilidade, porque é cada dia maior o descalabro de fios pendurados, sobre as calçadas e até no asfalto, o que coloca em risco a segurança do pedestre. Caso a Neonergia nada faça, deveriam fazê-lo o Ministério Público e a Prefeitura. Pois é grande a quantidade de fios espalhados em vias públicas, que podem provocar tombos que resultem em acidentes graves, inclusive atropelamentos. Pois muitos ficam espalhados em calçadas, rentes ao meio-fio podendo ocasionar tropeços e quedas no asfalto e atropelamentos, no momento de travessia. Se você vai passar para o outro lado da rua e tropeça ou se engancha em um fio, como é que fica?

No início desta semana, enquanto andava do bairro de Casa Forte a Apipucos, onde resido, vi cenas terríveis como essas que vocês podem observar nas fotos. Uma mulher na minha frente chegou a tropeçar ao enganchar o pé em um fio jogado no chão. À noite é muito fácil a pessoa não perceber um fio preto jogado no caminho, ainda mais se o pedestre é idoso ou tem baixa visão. Na calçada oposta, em frente ao Parque Regional de Manutenção do Exército, em Casa Forte, dá para se perceber o descalabro. Também perto do Supermercado Mateus, em frente a um petshop. Na quinta-feira, decidi fazer o caminho inverso, de Apipucos até a Universidade Federal Rural de Pernambuco, no bairro de Dois Irmãos.
Foram tantas as armadilhas no caminho, utilizando a calçada do lado esquerdo da Rua Dois Irmãos, no sentido cidade subúrbio, que decidi voltar pelo mesmo lado, e ir contando os casos de descalabro. Acreditem. No retorno, computei nada menos de 40 casos de fios fora do lugar. Havia os pendurados, batendo em minha cabeça (e a gente nunca sabe o que é eletrificado e o que não é); também os encontrei enrolados em árvores, em postes e até mesmo nas grades metálica do muro de um dos departamentos da UFRPE. O pior é que pelo menos 80 por cento do que observei estavam sobre as calçadas, tornando-se um perigo absurdo para quem caminha.
Ou seja, como se não bastassem buracos, desníveis, calçadas sem revestimento em concreto, pedras soltas, ainda temos que nos preocupar com a profusão de fios jogados em todos os lugares e que impõem reais riscos de queda aos passantes. Não é a primeira vez nem a última que reclamarei do problema aqui nesse espaço, por acreditar que empresas e órgãos públicos precisam tomar uma providência urgente contra essa situação, já que a questão não se restringe à poluição estética. É segurança mesmo, respeito à vida, que parece estar faltando por aqui. E quem tem culpa no cartório?

Primeiro: As empresas – a Neonergia que aluga os postes e deve ganhar um dinheirão com isso – devia chamar a atenção das operadoras, para que orientem seus funcionários e prestadores de serviço para que recolham o material não utilizado e que deixe os fios em altura que não traga riscos para os humildes mortais, como é o caso da maioria da população. Segundo, as operadoras deveriam, por sua vez, ofertar cursos para ensinar cidadania aos seus trabalhadores, porque a atitude deles de não recolher materiais descartados não é nada civilizada. Para que não deixem o “lixo” deles nas calçadas, impondo risco grande para quem nelas transita. Terceiro: Tanto o Ministério Público quanto a própria Prefeitura já deveriam ter tomado atitude enérgica quanto esse descalabro, movido apenas pelo vil metal.
E o povo, que paga imposto, que se dane, não é? Que cidade e que cidadania são estas? Com a palavra, os órgãos envolvidos nessa bagunça que, pelo visto, não tem mais limite. Na foto superior, observem que embora a roda de fios seja grande, há pedaços espalhados no chão. Na segunda e na terceira, risco grande de tombos, inclusive em direção ao asfalto.

Nos links abaixo, mais informações sobre esse descalabro, que deixa o Recife com cara de terra de ninguém.
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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife
