A julgar pelo material que tenho em mãos, o espetáculo “A Cor Púrpura”, que chega ao Recife neste mês de março, é simplesmente imperdível. O musical ocupa o palco do Teatro do Parque nos dias 9, 10, 11 e 12 de março, com ingressos a partir de R$ 37,50 (meia entrada promocional). E conta com estrutura grandiosa: palco giratório, escada curva, sistema de travelling (que faz o cenário virtual parecer real). Tem, ainda, 18 atores e mais de 90 figurinos. A montagem brasileira, dirigida por Tadeu Aguiar, acumula “somente” 75 prêmios, desde 2019, desde quando começou a ser apresentada.
O espetáculo é inspirado na obra literária de Alice Walker, vencedora do Pulitzer, o primeiro atribuído a uma escritora negra. E, como vocês lembram, “A Cor Púrpura” foi adaptado para o cinema por Steven Spielberg, em 1985. O filme e recebeu não menos de onze indicações para o Oscar. Além do livro, a criação para o cinema também inspira o musical. No nosso país, a versão brasileira do texto de dramaturgia de Marsha Norman tem a autoria do saudoso jornalisa Artur Xexeo. A peça relata o drama de Celie (interpretada por Whoopi Goldberg no filme), que aos 14 anos é violentada pelo suposto pai. E é ambientada na primeira metade do século 20, na zona rural do Sul dos Estados Unidos. No teatro, a saga de Celie começa em 1909.
“A Cor Púrpura” narra a trajetória e luta de Celie contra as adversidades impostas pela vida a uma mulher negra. Na adolescência, após parir as crianças gêmeas, ela é oferecida a um fazendeiro local para criar seus herdeiros. E lava, passa e trabalha sem remuneração. Ou seja, uma escrava. Com a passagem dos anos e as novas amizades, Celie revela um espírito brilhante e descobre as novas possibilidades que a vida lhe oferece. A encenação é uma boa oportunidade para que o recifense conheça mais de perto o texto e a música da obra de Walker, assim como a potência de suas reflexões. O livro dela ganhou mais dois prêmios, além do Pulitzer. “Por trás da história de Celie, há uma crítica à relação entre homens e mulheres, ao poder dado ao homem em uma sociedade que ainda luta por igualdade entre gêneros, etnias e classes sociais. Um espetáculo que retrata um pedaço do mundo no início do século 20, mas que nos mostra a atualidade dessas questões”, afirma Tadeu Aguiar. Ele acrescenta:
Para mim, como cidadão e como artista, o espetáculo é uma grande oportunidade, acho importante falar sobre uma mulher que vence; sobre amor; representatividade negra e feminina. A peça tem muito humor e é emotiva. É um texto de emoção
Passados mais de 40 anos, portanto, o texto original de Alice Walker parece muito atual. E nos leva a reflexões contemporâneas sobre relações humanas, questões de poder, amor, ódio face às estruturas econômicas, sociais, étnicas e de gênero. Começando pelo Nordeste no Recife, o espetáculo ainda passará por Salvador, São Paulo e Rio de Janeiro. No teatro do Parque, A Cor Púrpura – O Musical tem cinco sessões marcadas para os dias 9 (20h), 10 (20h), 11(16h e 20h) e 12 de março (18h). Os ingressos estão à venda em lote promocional e restrito com valores de R$75 (inteira) e R$37,50 (meia). Após, os valores retomam seus preços padrões de R$100 (meia-entrada), R$150 (entrada social com doação de 1kg de alimento não-perecível) e R$200 (inteira), todos à venda online pela Sympla e na loja Vagamundo do Shopping Boa Vista.
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Serviço
Evento: “A Cor Púrpura – O Musical” – Classificação: 12 anos
Quando: Dias 9, 10, 11 e 12 de março – quinta às 20h, sexta às 20h; sábado às 16h e 20h; domingo às 18h
Onde: Teatro do Parque – Rua do Hospício 81, Boa Vista, Recife – PE, 50060-080 – Telefone: 81 3242 3437
Ingressos – à venda no Sympla e na loja Vagamundo do Shopping Boa Vista
Quanto: Ver no texto acima
Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Rafael Nogueira / Divulgação