Depois daquele tombo (5)

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Na semana passada, mostrei aqui uma calçada na Avenida Dezessete de Agosto, na qual não se pode caminhar, de tão estreita. Mas aquele não é a única da via, onde o pedestre precisa disputar espaço com carros e motos, no meio do asfalto, arriscando a vida.

Pode-se dizer que há avanço da residência naquela calçada, perto da conveniência da Lojas Americanas, porque no passado a rua tinha outro traçado e a casa onde fica o aperto é muito antiga. É, pode até ser. Porque em frente ao número 2527 da mesma via, há uma outra situação semelhante.

A construção de um velho casarão avança pela calçada, deixando o pedestre em apuros. Mas isso acontece, também, com edificações novas.  Um exemplo é o condomínio Vivenda José y Alda Carrera, no número 123 da Avenida, que corta pelo menos três bairros. Observem essa foto.

A falta de espaço para pedestre também ocorre em construções recentes.
O avanço das construções  pelas calçadas também ocorre em construções recentes, e fica a pergunta: cadê a fiscalização?

Os muros do Vivenda avançam no espaço destinado ao passeio público, e o pedestre só resta uma alternativa: descer da calçada e caminhar pelo meio da rua, também disputando o asfalto com carros, motos, ônibus.

E a mobilidade a pé, nesses tempos de excesso de engarrafamentos, como é que fica se nem as novas construções respeitam os cidadãos? Imaginem um cadeirante se aventurar nesses dois espaços que vocês vêm nessas fotos? Haja risco de acidentes.

No início desse ano fui vítima de uma calçada assassina e passei cinco semanas com o pé no gesso. Ou seja, se correr o bicho pega (no asfalto) se ficar o bicho come (o buraco na calçada). Passei a olhar mais para o chão, depois daquele tombo. Aliás, esse não foi o primeiro acidente meu por conta de calçadas ruins. Foi o terceiro, em que precisei imobilizar o pé. Mas foi o primeiro em que quebrei a fíbula.

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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife

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