Depois daquele tombo (12)

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Devo ser extremamente desastrada. Ao longo da minha vida, já tive que imobilizar o pé quatro vezes. E todas devido a acidentes com desnível em calçamento ou por conta de calçadas esburacadas, com depressões ou, simplemente, assassinas mesmo. A primeira vez que ocorreu foi na Rua João Barbalho, em Casa Amarela, também chamada de Beco Sabino,  durante minha adolescência. Sofri o acidente devido a um buraco no asfalto. A segunda, pelo mesmo motivo, na Rua do Riachuelo, na Boa Vista, em frente ao prédio da Faculdade de Direito. Quando desci a calçada, não reparei que o asfalto tinha um desnível maior do que o normal, e tive um problema sério no tornozelo.

Há quatro anos atrás, torci o pé, quando caminhava com meu cunhado, Nilo,  perto da Universidade Federal Rural de Pernambuco, devido a um buraco, já quase em Sítio dos Pintos. Esse ano, em janeiro, aí foi pior. Tinha acabado de iniciar a caminhada, na Rua Jacó Velosino, em Casa Forte. E prestava atenção exatamente nas calçadas bem cuidadas,  com plantas e jardins, que contribuem para humanizar mais a rua. Confiei na beleza, sem olhar o chão. Aí, torci o tornozelo e foi grave. Fraturei a fíbula. Precisei de cinco semanas com o pé imóvel, sendo uma sem direito a colocá-lo no chão e a me soltar, como gosto, no carnaval.

Desconfio que, das duas, uma: ou as ruas e calçadas do Recife são um desastre, ou não olho por onde ando. Devo ser, também, um desastre. Agora, ando prestando a maior atenção, e desde fevereiro, quando tirei o gesso, me sinto meio privada do meu direito de contemplar a paisagem, uma das coisas boas de quem, como eu, gosta de andar a pé. No Recife, isso é impossível. Ou se vê a cidade ou se olha chão, para não cair. Pois há duas semanas, sofri outro acidente. Dessa vez em casa, tudo porque um móvel fora colocado fora de lugar pela faxineira.  Com a luz apagada, a topada foi feia, ainda bem que só no dedinho. Hoje fui à clínica. Tirei o pequeno aparato do pé. Guardei a bota de plástico com a qual tomei  banho esses dias, e mergulhei com gosto no chuveiro. E pretendo, já, voltar  a andar. Será que o tênis vai doer quando calçar? É andando que vejo as coisas para abastecer o nosso #OxeRecife.

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