O bairro ainda é verde, porque possui o Parque Estadual de Dois Irmãos, talvez a maior área contínua do que sobrou de Mata Atlântica aqui no Recife. É, portanto, agradável caminhar pelo local, certo? Errado. Porque as calçadas são arriscadas, há lixo, e em alguns locais não há nem espaço para andar, como vocês podem observar nessa cena, capturada em minha caminhada matinal.
Em exemplo é isso aí, que vocês estão vendo, onde fica o Bar da Curva, muito frequentado por estudantes da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Situado onde termina a Rua Dois Irmãos e começa a Manoel de Medeiros, o bar é rústico, e tem mesinhas na calçada, se é que aquele trecho de terra batida por onde a gente caminha pode se chamar assim.
Mas o entorno do bar é um horror. Do lado da Manoel Medeiros, a calçada não tem nenhum revestimento, com obstáculos que comprometem a mobilidade e a acessibilidade. Como se isso não bastasse, as pessoas ainda são obrigadas a caminhar por meio de entulhos, que vão de restos de comida a pratos e copos descartáveis. Um horror, uma vergonha mesmo.
Naquele trecho do de Dois Irmãos, além do lixo, não há espaço para a gente andar. Porque a construção avança quase até o asfalto, do lado da Praça Faria Neves. Vejam só na foto, como não resta ao pedestre espaço para se locomover com segurança. Há barras de ferro isolando a “calçada” do asfalto, para proteger a construção de alvenaria. E os pedestres, quem protege?
O #OxeRecife está sempre mostrando a situação de nossas calçadas. Criamos a série Depois daquele tombo após o relato de várias pessoas que sofreram acidentes nas calçadas do Recife. Eu também fui uma delas, no início desse ano, quando passei cinco semanas com o pé imobilizado. Tanto na periferia quanto no centro, o problema sempre se repete.
Leia também:
Depois daquele tombo
Depois daquele tombo (1)
Depois daquele tombo (3)
Pelas “Calçadas do meu Recife”
Pelas calçadas do Recife
Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife