Está proibida a temporada de caça ao caranguejo-uçá. É que até o próximo domingo, os animais precisam ficar livres para acasalar. Nesses tempos de lua cheia, os crustáceos deixam as tocas, para paquerar. Machos e fêmeas passeiam pelos manguezais, para o ritual de casamento e liberação dos ovos. Se eles são capturados, como vão perpetuar a espécie no período de reprodução? Deixem, pois, livres os caranguejos. Eles estão naquilo que se chama de “andada”, quando os machos escolhem suas fêmeas para procriar.
Estamos, portanto, no terceiro e último período de defeso 2020 do caranguejo-uçá. Ou seja, até o próximo dia 15, é proibida a captura, o transporte, o beneficiamento e a comercialização do crustáceo. De acordo com a Fiscalização Ambiental da Agência Estadual de Meio Ambiente (Cprh), quem desrespeitar a legislação ambiental, pode ser autuado e pagar multa. Em caso de flagra de comercialização no período de defeso, a multa mínima é de R$ 720. No próximo fim de semana, a Agência Estadual de Meio Ambiente (Cprh) realizará atividades de fiscalização e ações educativas voltadas para o último período de defeso do caranguejo-uçá nos municípios do litoral Sul.
Durante a ação os técnicos visitam bares, restaurantes, feiras livres e vendedores ambulantes com o objetivo de repassar informações sobre educação ambiental e alertar sobre a proibição da comercialização do caranguejo-uçá. Segundo o gestor da Unidade de Gestão de Fauna, Iran Vasconcelos, a iniciativa tem como objetivo garantir a sobrevivência da espécie que, além de ser de extrema importância para o equilíbrio do ecossistema manguezal, também é fonte de renda para milhares de famílias no Nordeste, e também em Pernambuco.
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Texto e foto: Letícia Lins / #OxeRecife
