Dedé Monteiro: o “Papa da Poesia”

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Seu nome é José Rufino da Costa Neto. Mas todo mundo o conhece por Dedé Monteiro (foto), um dos homenageados da Feira da Poesia do Pajeú, que se encerra hoje (20) na cidade de São José do Egito, a 400 quilômetros do Recife. Dedé é considerado o “Papa da Poesia” e é um dos mais importantes divulgadores da poesia popular do Nordeste. Nas últimas três décadas, tem participado de eventos e projetos literários, com objetivo de difundir a linguagem do cordel como elemento na formação cultural do povo nordestino. Professor aposentado, ele integra a Associação de Poetas e Prosadores de Tabira (Appta).

Dedé nasceu no dia 13 de setembro de 1949, no sítio Barro Branco, no município de Tabira, cidade que fica no Sertão do Pajeú, a 405 quilômetros do Recife. Sua relação com a poesia popular remete à infância, profundamente influenciada pelo pai, Antônio Rufino da Costa, que gostava de cantar cordéis enquanto trabalhava no roçado. E, anos depois, em sua banca de frutas na feira de Tabira. Escreveu o primeiro poema aos 15 anos de idade, uma homenagem à mãe, Olivia Pires da Costa Monteiro. E, desde então, não parou mais sua produção literária. Publicou quatro livros ao longo da vida: Retratos do Pajeú (1984), Mais um baú de retalhos (1995), Fim de feira (2006) e Meu quarto baú de rimas (2010). “Explicar a poesia/ Ninguém consegue explicar./ Faz a tristeza morrer/ E o sonho ressuscitar.”

O outro homenageado é Manoel Filomeno de Menezes, mais conhecido como Manoel Filó. Ele nasceu em 13 de outubro de 1930,na Fazenda Tabuado, município de Afogados da Ingazeira – PE. Com dois anos de idade mudou-se para Mundo Novo, município de São José do Egito, no qual viveu até os 18. Faleceu aos 74 anos, em 21 de agosto de 2005 na cidade de São José do Egito. Aos 20 anos mudou-se para São Paulo, onde trabalhou de camelô, cobrador de ônibus, vendedor e desenvolveu-se como comerciante.

Filó é considerado um dos maiores poetas populares, tanto pelo dom do improviso quanto pela criatividade e sensibilidade poética ao retratar as paisagens e acontecimentos do Sertão. Não fez profissão da cantoria, no entanto não se negou a cantar quando solicitado pelos companheiros, e nunca lhe faltava um violeiro à disposição. A Feira de Poesia Popular do Sertão do Pajeú termina nesse sábado (20), e foi promovida pela Cepe (Companhia Editora de Pernambuco). Além de mesas de glosas, cantorias, pífanos, a Feira teve oficina de xilogravura, técnica muito utilizada na ilustração de folhetos de cordel.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Foto: Divulgação / Cepe

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