Data Magna: Pernambuco “meu país”, hino e fantasias no carnaval

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Estava olhando o carnaval e vi a quantidade de pessoas envolvidas em bandeiras de Pernambuco, com fantasias com as suas cores, com adereços da nossa Bandeira em colares, fantasias, chapéus, até no rosto e no figurino da La Ursa (foto acima). Onde se vê tamanha quantidade de símbolos cívicos de outros estados até em uma festa tão descontraída e anárquica como o carnaval? Só no nosso estado mesmo…

Em plena folia, também houve execuções do Hino de Pernambuco em vários cantos, e em diversos ritmos. Foi quando uma amiga, residente em São Paulo, comentou: “aqui todo mundo sabe cantar o hino do estado, e canta até no carnaval”. Diz que na terra dela não vê isso acontecer. Na segunda-feira, quando seguia o Bloco da Saudade – entre os bairros da Boa Vista e o Recife Antigo – vi uma multidão na Ponte Duarte Coelho. Indaguei a um folião sobre o que estava acontecendo ao redor da alegoria gigante do Galo e ele me disse: “estão cantando do Hino de Pernambuco”.  Esse sentimento de pernambucanidade nos comove. É bonito. Vem de longe. Mas também de hoje.

Revolução de 1817 é lembrada durante cerimônia para assinalar a Data Magna, na Praça da República

Pelo que se vê, não são só os “bravos guerreiros” que estão mexendo com os sentimentos da população,  mas também o apelo da propaganda do Palácio do Campo das Princesas e da valorização da cultura local estão surtindo efeito. Em entrevistas na TV durante a folia, vi muita gente fazendo o coração com as mãos e dizendo “Pernambuco meu país”. Sim, Pernambuco já foi um país. E é por conta disso que hoje é feriado, quando se comemora a nossa Data Magna. Ela marca os 208 anos do estopim da Revolução Pernambucana, que tornou o Estado um país independente por pouco mais de 70 dias, no século 19. Uma ousadia digna mesmo do nosso Leão do Norte. Realmente, uma terra de bravos guerreiros que desafiou o Império.

Em cerimônia para assinalar a passagem da data, na Praça da República,  a Governadora Raquel Lyra afirmou que a identidade cultural faz do estado um “país” e que “os ideais da Revolução de 1817 não se apagaram com o tempo, mas seguem vivos e atualizados”.  Que assim seja. Afinal, os subversivos de ontem que se insurgiram contra injustiças, são os heróis de hoje. Viva ao nosso herói mor, Frei Caneca, em nome de todos os rebeldes que fizeram 1817 e, posteriormente, a Confederação do Equador.  “Esta data é fundamental na formação da nossa identidade cívica e na reafirmação de Pernambuco como um Estado de vanguarda política”, completou a vice-governadora Priscila Krause, durante ato realizado em frente ao Palácio do Campo das Princesas, para assinalar o transcurso de data tão importante para a história de Pernambuco. Eu me orgulho muito das lutas libertárias do meu “país” e de sua história de bravo “Leão do Norte”.

Companheira de grupos de caminhadas e foliã de carteirinha, Lélia de Maria explora as cores da bandeira de PE

A julgar pelo sentimento cívico, quando o assunto é amor a Pernambuco, a data da  Carta Magna no Estado é todo dia. Até no carnaval.  Foliã animada, a companheira Lélia de Maria (foto acima) é uma das que não dispensa o bairrismo durante o carnaval. Nas redes sociais, toda de cores de nossa Bandeira, ela postou com essa foto: “Recife de rios e pontes, no carnaval de Pernambuco, meu País”. Precisa dizer mais alguma coisa?

Confira o vídeo abaixo, que foi enviado via ZAP, olha aí o Hino de Pernambuco, em pleno carnaval. Segundo o Maestro Spok, só no nosso Estado acontece isso.

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Texto: Letícia Lins /#OxeRecife
Fotos: SECOM – PE e PCR / Acervo #OxeRecife

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3 comments

  1. Muito linda essas reações a nossa Pernambucanidade, mas, infelizmente, a Governadora Raquel e o Prefeito João se esqueceram do Bicentenário da morte de Frei Caneca por Ordem das Ilegalidades das Cortes Portuguesas(como sempre o Judiciário atrapalhando o futuro da Nação Brasileira) no Dia 13 de Janeiro de 1825. As Comemorações foram pequena vitimadas por essa chama de amor dos dois governantes ao lulismo que derrota nossa nacionalidade e põe de joelhos a Nação Brasileira que está se tornando pária diante do mundo desenvolvido. No ano passado se esqueceram da Restauração Pernambucana conquistada em 25 de janeiro de 1654, e que em 2024 fez 370 anos da Vitória das Tropas Brasileiras Nativas na união das Três Raças, o Índio, o Negro e o Branco nas Colinas Sagradas dos Montes Guararapes, quando enfrentamos e vencemos em Batalhas Cruéis a Maior Armada do Mundo, a Armada da Holanda. Aproveito para também culpar por esses esquecimentos o Pernambucano José Múcio Monteiro que como Ministro da Defesa deveria dar exemplos de Pernambucanidade e ser o Condutor das Homenagens a Restauração Pernambucana onde foi forjada a Nacionalidade Brasileira e o Nascimento do Exército Brasileiro, onde o Brasil nasceu como Povo, Pátria e Nação neste Pernambuco Imortal. Acho pequenas as Homenagens, nossos Heróis são exemplos para o mundo, e, quando pernambucanos assumem cargos de relevância nacional, temendo as críticas dos “antibrasileiros dos três Poderes da Nação”, de joelhos renegam nossa História e o papel fundamental de Pernambuco na Formação da Nação Brasileira. Me perdoem a contundência, mas, vivemos tempos duros e difíceis de nossa História, principalmente quando os Poderes da Nação assistem o Rasgar Diuturno de sua Constituição, Base da Democracia e do Estado de Direito de nossa República e das Liberdades do Povo Brasileiro, e, nestes instantes o Brasil precisa de Homens como Frei Caneca, Henrique Dias, Felipe Camarão, André Vidal de Negreiros, João Fernandes Vieira, Francisco Barreto de Menezes, Antônio Dias Cardoso que se doaram pelo Nascimento da Pátria Brasileira, Una e Indivisível na Construção do Novo Mundo, assim, e aqui, nasceu o Brasil e o Povo Brasileiro, Pernambuco é o Berço da Nacionalidade Brasileira. ! Para não me alongar porque nossa História tá ficando na lata de lixo pelas mãos de Traidores de nossa Pátria, para sintetizar o que Frei Caneca tanto na Revolução de 1817, que hoje comemoramos a Data Magna, quanto na Revolução de 1824, Constitucionalista por Excelência deixou no dia de seu Julgamento por Perseguição Contumaz das Cortes Portuguesas e fez sua Defesa diante daquela Corte, iniciando seu Julgamento… ” Meu nome é Frei Joaquim do Amor Divino Caneca, nasci no Recife, sou de Pernambuco, sou da Terra e Descendente de André, Filipe e Henrique e nossos Heróis de Guararapes que fizeram tremer toda Europa…” VIVA PERNAMBUCO, VIVA O POVO BRASILEIRO !!!!

  2. Texto brilhante, Letícia, você descreveu com maestria a manifestação do nosso amor por Pernambuco. E no carnaval esse sentimento aflora mais. Somos o único povo que se veste com a bandeira do seu estado, quando não, com as suas cores. Confesso com orgulho, quando viajo, a bandeira de Pernambuco faz parte da minha bagagem. E ao ouvir a introdução do nosso hino que, vale dizer, sei de cor, fico tomada pela emoção. Verdade, o slogan Pernambuco Meu País, lançado pela governadora Raquel Lira, veio traduzir com mais ênfase o amor que sentimos por Pernambuco.

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