Os banhistas que frequentam praias do Estado acham que o mar já está limpo. Mas o futuro dirá as consequências que o derramamento de óleo deixou na costa nordestina. Presente à Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (COP25), realizada em Madri, o Secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco, José Bertotti, relatou o derramamento de petróleo no Nordeste e acusou a omissão do governo federal no enfrentamento daquele que é considerado o maior acidente (ou crime) ambiental no Litoral da região. Além das sequelas impostas ao meio ambiente, o acidente deixou 11 mil pescadores em dificuldades no estado.
Ele disse que embora a legislação garanta ação imediata do governo federal em acidentes do tipo, a devida ajuda demorou para chegar. “ O Plano Nacional de Contingência para Incidentes de Poluição por Óleo em Águas (PNC) define a União como responsável por ações desse tipo”, lembrou, salientando que no caso de Pernambuco, quem agiu foi o governo estadual e sociedade. Pessoas físicas e jurídicas ajudaram com mão de obra e até com doações, como equipamentos, lanches e água.
Em Pernambuco, as manchas de óleo chegaram a atingir 48 praias e 8 rios, em 13 municípios. Mais de 1.600 toneladas de resíduo foram retiradas do litoral e em caminhadas para um centro de tratamento. A coleta só se tornou rápida e possível devido, também, a ação do voluntariado, pois milhares de pessoas se mobilizaram para ajudar no recolhimento do material poluente. Ele disse revelou a preocupação do Estado com os pescadores, porque a medida provisória editada pelo Governo Federal não contempla todos os afetados pelo desastre.
“Temos clareza que a tardia medida provisória feita pelo Governo Federal não atende aos 11 mil pescadores de Pernambuco. O documento demorou 90 dias para ser publicado e só contempla cerca de 4,5 mil dos mais de 11 mil profissionais atingidos”. Afirmou que o Governo de Pernambuco já solicitou a ampliação desses benefício e há emendas de parlamentares nesse sentido. “Fizemos essa denúncia na COP-25 porque a crise do petróleo continua no sentido de que há uma crise social afetando quem vive da pesca artesanal”, frisou. Em Pernambuco, até #hastag foi criada pela sociedade, para motivar a população na ação de limpeza :#Sevieragentelimpa).
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Divulgação