Cprh recebeu 12.696 animais em 2019

No ano passado, o Centro de Triagem de Animais Silvestres da Cprh registrou a entrada de nada menos de 12.696 animais, que receberam  cuidados e foram ou vêm sendo preparados para a reintrodução à natureza. Em 2020, a movimentação não é diferente. Só na primeira semana de janeiro, o Cetas Tangara (como a instituição é mais conhecida) já tinha 50 novos moradores, incluindo timbus, passarinhos, papagaios, jabutis, saguis e filhotes de guaxinins (foto acima). Até um tucano-grande-de-papo branco (Ramphastos tucanus) também chegou por lá. A espécie é endêmica da Amazônia, e deverá posteriormente ser repatriado para a área de origem.

Todos os animais foram alvo de entregas voluntárias. Um morador do Arruda entregou um sagui. No início da noite do último dia 7, três filhotes de guaxinins (Procyon cancrivorus), foram entregues na CPRH pelo trabalhador Jacson Lima (foto ao lado). Ele disse ter encontrado os animais em uma estrada de barro, situada na Reserva do Paiva, no Cabo de Santo Agostinho. No local, segundo Lima, havia passado um trator realizando a capinação da área. Como os filhotes estavam sem a mãe, o trabalhador resolveu levar os animais para a Cprh. No dia seguinte, o aposentado Paulo Elias, entregou o tucano que, segundo ele, apareceu em sua casa, no bairro de Ouro Preto.

Ouro Preto fica em Olinda, Região Metropolitana do Recife. Ao longo da semana foram entregues, ainda, três papagaios machos (à direita), da espécie papagaio verdadeiro (Amazona aestiva). Também foram entregues um sanhaçu, um bem-te-vi, um periquito-de-encontro-amarelo (Brotogeris chiriri), periquitão-maracanã (Psittacara leucophthalmus), um sabiá-branco (Turdus leucomelas) e uma coruja orelhuda (Asio clamator). A corujinha, infelizmente estava bem machucada.

Antes, cabiam ao Ibama receber animais silvestres. Mas posteriormente a legislação delegou a tarefa aos órgãos estaduais, e em Pernambuco a Cprh tem desempenhado a tarefa com dedicação e seriedade.  Hoje o órgão conta até com área própria para abrigar os animais, que depois retornarão à natureza. De onde, aliás, jamais deveriam ter saído. Em 2019, o Cetas  recebeu 12.696 animais, sendo a maior parte (10.119) formada de aves. As aves são os animais silvestres mais disputados por traficantes de todo o país.  A parte restante está assim dividida:  1.419 répteis, 896 mamíferos, , 22 aracnídeos, 13 crustáceos, um anfíbio. Também chegaram 88 exóticos. Houve 138 outras entradas nas quais os animais chegaram a óbito. Geralmente eles chegam cansados e desidratados, quando são apreendidos com traficantes desalmados. As chegadas se dão por três vias: entregas voluntárias, apreensões devido ao tráfico ou animais perdidos, como os guaxinins que contaram com a alma generosa de Jacson.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Divulgação / Cprh 

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