Os números da pandemia só aumentam em Pernambuco. Basta dar uma circulada pelos hospitais públicos e também pelas unidades de terapia intensiva dos particulares, para se perceber a gravidade da situação. Nesse sábado (12/12), por exemplo, foram registrados 1.363 casos da Covid-19 no Estado, elevando-se para 198.426 o número oficial de pessoas infectadas na capital e no interior. Não é à toa, portanto, que o Governo de Pernambuco impôs novas restrições à população, incluindo proibição a realização de festas e shows.
Mas em alguns locais, parece que não há nenhuma restrição às aglomerações, que não existe pandemia e que o coronavírus não está aí, matando as pessoas no Brasil e no mundo. Passada a irresponsabilidade das aglomerações registradas na campanha eleitoral, agora é a diversão em casas noturnas que parece ignorar a pandemia. Dei uma circulada de carro, na noite de sexta, e fiquei impressionada com a quantidade de gente bebendo e comendo nas ruas, como se não houvesse crise sanitária mundial. Nem aí para pandemia. Distanciamento que é bom e necessário…. neca!
No entanto, só nas últimas 24 horas, foram registrados 27 óbitos no Estado, provocados pela Covid-19. Agora, o total de vidas perdidas chega a 9.271, só em Pernambuco, em um momento em que a taxa de ocupação de leitos de UTI do Estado chega ao preocupante percentual de 88 por cento. E quando se vê problemas como o que ocorre com a Cisam (Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros), quase fechando porque suas equipes foram contaminadas pelo coronavírus. Do enfermeiro ao diretor.
Quase não saio de casa. Mas ontem à noite, a saudade bateu e fui visitar meus netos gêmeos – César e Alice – que completavam 14 anos. Respeitando todos os protocolos, claro. Não pude nem abraçá-los. Mas no caminho da ida e da volta, fiquei impressionada com o desrespeito ao decreto mais recente do do governo, que proíbe shows, aglomerações e festas. Na Avenida Dezessete de Agosto, um conhecido bar próximo a uma sorveteria estava entupido de clientes, música em volume insuportável (que eu ouvia três ruas depois) e, o que é pior, muita gente dançando no salão. Parecia até um carnaval. Fiquei impressionada e quase não acreditei no que vi. Ou seja, a fiscalização precisa ser mais rígida. Porque desse jeito…. não há como evitar a doença, que parece ter se expandido justamente após as aglomerações e o porta a porta da campanha eleitoral.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Acervo #OxeRecife