Nessa segunda-feira, começou mais uma etapa do Plano de Convivência com a Covid-19, que prevê flexibilização das medidas restritivas e reabertura gradativa das atividades econômicas. No entanto, em 85 municípios da Zona da Mata e do Agreste, o comércio e atividades consideradas não essenciais permanecem fechados. E as autoridades sanitárias têm motivos para a precaução: é que a Covid-19 está se interiorizando cada vez mais. Em abril, o Recife respondia por 71 por cento dos casos da doença no estado. Em junho a situação se inverteu, com a capital com 34 por cento dos infectados pela pandemia.
“O inverso aconteceu com os demais municípios, que partiram de 29% em abril e passaram a responder por 66% de todos os novos registros da doença no estado em junho”, afirma Wayner Vieira, estatístico e epidemiologoista da Fiocruz no Recife. Seus estudos tomam por base os dados disponibilizados até 06 de junho, pela Secretaria de Saúde de Pernambuco. Foram incluídas no estudo as informações referentes a moradores do estado atendidos na rede de saúde pernambucana no período. Os atendimentos referentes a moradores de outros estados ou países não foram incluídos nessa análise.
O trabalho se dividiu em quatro intervalos consecutivos, que permitem observar o deslocamento da maior incidência da covid-19 para fora da capital, em direção ao interior do estado. Até 4 de abril, o Recife concentrava 71% e os demais municípios contabilizavam 29%. No intervalo seguinte (5 a 25 de abril) a capital passou a ter 55% dos novos casos. E o restante da Região Metropolitana (RMR) e interior, 45% no período. De 26/04 a 16/05, os novos casos ficaram distribuídos assim: 49% no Recife e 51% nos demais. No último intervalo observado (17/05 a 06/06) a capital respondeu por 34% dos casos, enquanto a fatia dos demais municípios representou 66%.
A partir desses resultados, Vieira destaca a flagrante interiorização da epidemia, com acelerado crescimento do número de casos em residentes no interior. “O que traz como consequência o aumento da demanda assistencial, face à pequena disponibilidade de leitos hospitalares, principalmente de UTI, nessas regiões”, explica. Ou seja, enquanto no Recife já se registra menor demanda por leitos inclusive de UTI, no interior eles começam a ser mais necessários agora. Um desafio para ser enfrentado pelo sistema de saúde do estado e dos municípios. O comparativo dos números absolutos permite também perceber o crescimento acelerado nesse período.
No Recife, o acumulado dos casos cresceu de 156 em 4 de abril para 16.909 em 6 de junho, um aumento de 108 vezes em relação ao número inicial. Enquanto isso, o total nos demais municípios cresceu de 56 para 23.253 no mesmo período, o que representou um incremento muito maior, de 415 vezes. A distribuição do número de óbitos no estado também reflete essa interiorização. A distribuição dos dados acumulados até 06 de junho mostra 38% dos óbitos em moradores do Recife e 62% nos demais municípios, sendo 36% na RMR e 26% no interior. O pesquisador alerta que essa distribuição também vai se deslocar, no mesmo sentido do aumento dos casos do interior, com o passar do tempo. Em Caruaru – a 130 quilômetros do Recife – com o cancelamento dos festejos juninos, cestas básicas vêm sendo distribuídas a artistas populares e pequenos comerciantes que sempre tiveram o mês de junho como o de maior faturamento.
Boletim divulgado hoje pela Secretaria Estadual de Saúde indica que o número de pessoas infectadas em Pernambuco desde o início da pandemia chega a 45.507 casos, 246 dos quais registrados nas últimas 24 horas. É o menor número de novos casos registrados desde o dia 1 de maio no Estado. A menor marca do período havia ocorrido em 9 de junho (com 305). Mas esses números oscilaram sempre para mais em relação àquela data, havendo dias, como o 11 de junho, onde os novos casos chegaram a 1.059. Para menos, mesmo, só nesta segunda-feira. Também foram registrados 31 óbitos, elevando-se para 3.886 o número de vidas perdidas por conta dessa pandemia. A quantidade de pessoas curadas chegou a 28.894. Segundo a SES, o número de casos confirmados de óbitos, solicitações de vagas de UTI para pacientes com a Covid-19 “vêm caindo desde a segunda quinzena de maio”. Hoje, por exemplo, “a Central de Regulação de Leitos de Pernambuco registrou a menor taxa de ocupação desde o dia 10 de abril, com 87%. O percentual indica que, no momento, há 115 vagas de terapia intensiva disponíveis para o tratamento da doença provocada pelo novo Coronavírus”.
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