Folguedo que encanta as antigas e novas gerações, o pastoril religioso está de volta às ruas da Capital. E o que é melhor: na forma de cortejo, com o desfile de onze deles, pela Avenida Rio Branco, no Recife Antigo. O início da apresentação é a partir das 19h30m dessa sexta-feira, com a abertura dos festejos do ciclo natalino no Centro. Pelo local passará, entre outros, o Rosa Mística, um dos mais antigos da cidade ainda em atuação. O cortejo será animado por Mendes e sua Orquestra. O acesso é gratuito.
Entre os pastoris que desfilarão cantando a chegada do Menino Deus, encontram-se: Angel de Brasília, Lindas Ciganas, Luz do Amanhecer, Estrela de Belém, Aurora Boreal, Aurora da Redenção, Estrela Guia do Cabo, entre outros. Às 20h10m, tem apresentação do Pastoril Giselly Andrade (também tradicional). E logo em seguida, por volta das 21h, vem o Pastoril do Velho Mangaba, comandado pelo ator, músico e cantor Walmir Chagas, mais conhecido no Estado como “Véio Mangaba”. Os pastoris podem ser de dois tipos: o religioso, no qual se encena o nascimento de Jesus, com toadas e cânticos interpretados por pastoras. O outro é o profano ou de ponta de rua, comandados por um “Véio”, e é marcado não só pela dança e pelo canto, mas sobretudo pelas piadas picantes e conversas de “safadezas” entre o “véio” e suas pastoras.
Eu gosto dos dois. Acho ambos lindos. Nos religiosos, é bom ver a evolução e os cânticos das pastoras. Na minha infância, a meninada da rua se dividia em duas, nas festas de Natal: em torcedores do Cordão Azul e do Cordão Encarnado. A gente ia para o Clube com bandeiras vermelhas e azuis, para torcer pelo nosso Cordão. Sou fã da cor vermelha, mas só lembro do “cato de guerra” do Azul, em cuja torcida me incluía, naquela época. Por um motivo simples. As pastoras diziam que essa era a cor do céu e do mar.
E nós torcíamos, agitando bandeiras de cetim: “azul é o céu, azul é o mar, azul é a rainha que nós vamos coroar”. Somente na idade adulta, já como repórter, conheci os pastoris profanos, que considero superdivertidos. Consigo rir mais com as piadas do “Véio” safadinho, do que com as piruetas de um palhaço qualquer de circo. Conforme a Fundação de Cultura da Cidade do Recife, o Ciclo Natalino terá, também, eventos patrocinados pela Prefeitura em mais dois locais: no Marco Zero, Parque de Santana e Pátio de São Pedro. Nessa sexta, no entanto, a programação oficial está restrita à Avenida Rio Branco.
(Texto: Letícia Lins / #OxeRecife)
(Fotos: Inaldo Menezes / Prefeitura)