Corra, que a Fenearte acaba hoje

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Quem não foi, precisa ir. E urgente, pois só acontece uma vez por ano. Estive hoje na 20ª edição da Fenearte, no Centro de Convenções de Pernambuco. E, como sempre, achei que vale a pena. Logo nesse domingo de chuva, no qual programas ao ar livre não são convidativos. Então, a Fenearte é, mesmo, o melhor programa: 5 mil expositores, 34 países e oito etnias indígenas estão lá, representados, mostrando seus trabalhos.  E a mostra termina hoje, 22h. Os ingressos custam R$ 6 e R$ 12.

Caso não tenha ido,  não perca tempo vendo o que não vale a pena. Mas não deixe de visitar: o espaço Janete Costa, a Alameda dos Mestre e o Setor de Reciclados.  No setor de cerâmicas, os destaques ficam para Pernambuco (incluindo a da Serra dos Ventos, de Belo Jardim), Minas Gerais, Paraíba e Bahia. Cestaria e objetos em palha ganha, disparado, o Maranhão. Também vale dar conferida no setor têxtil, principalmente redes (as de Macaparana estão lindas), rendas (Poção, Pesqueira), e bordados, com destaque para Pernambuco (Passira) e Alagoas (Maceió). Em couro, Expedito Seleiro (Ceará) ganha disparado. Destaque dos destaques. Não deixe de visitar o estande do Sebrae. Tem muita coisa bonita.

Na parte de bijuterias vindas da Região Norte, havia muitos objetos repetitivos, confeccionados com sementes da Amazônia. Mas o destaque fica com as  Eko Joias do Acre, by Antônio Kléder, com produtos criativos, diferenciados e com a marca da sustentabilidade. A sustentatibilidade, aliás, deu show neste ano. Há todo um setor de produtos confeccionados com materiais descartados, como latas, tampas de garrafas, jornais, pedaços de couro, restos de madeira. Chama a atenção as peças produzidas por Elizabeth Cirne,como a Veja-nos (foto ao lado), que tem feito verdadeiras obras de arte usando papelão (de caixas de embalagens que iriam para o lixo). Também com reciclados, ficou uma graça a família de retirantes de Paulo Carneiro, bem diferenciadas daquelas que a gente se acostumou a observar nos bonecos de Caruaru, onde fica o Alto do Moura, considerado pela Unesco o maior centro de artes figurativas das Américas.

O Alto do Moura ficou conhecido a partir do Mestre Vitalino, cujos discípulos vivem hoje do ofício de dar vida ao barro. Caruaru, aliás, sempre dá show. O formato dos bonecos é o mesmo, mas são muitas as inovações nas apresentações dos temas escolhidos. Esse ano, teve até empoderamento feminino nos bonecos de barro. A feira está linda, organizada, com excelente curadoria, embora – é claro – seja necessário se andar bastante, com paciência, para garimpar as melhores peças. Um alerta: vá de ônibus, táxi ou aplicativo. O estacionamento está entupido, cheio de lama, mal sinalizado e, o que é pior, com iluminação insuficiente.

Veja, na galeria, imagens de algumas peças da Fenarte, escolhidas a dedo pelo #OxeRecife:

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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife

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