No último domingo, andei muito a pé pelo centro, com o Grupo Caminhadas Domingueiras. O objetivo era observar a presença do estilo Art Déco nas ruas do Recife. Mas a gente nem tinha condição de olhar muito para os prédios, contemplar-lhes a arquitetura. Era preciso toda a atenção no chão, diante do risco de tombos. Tudo por conta de calçadas em estado sofrível, como essa observada na Rua do Hospício, cena comum não só no centro como em bairros como Casa Forte, Parnamirim, Casa Amarela (na Zona Norte) ou mesmo Boa Viagem (Zona Sul).
Em vários locais por onde passei pelo centro, no último dia 1 de setembro, me deparei com esse risco. Pedras portuguesas soltas, buracos, falhas que representam ameaças para os pedestres. Uma amiga minha sofreu um acidente terrível por conta de pedras soltas como essas, as chamadas portuguesas. A tira da sandália enganchou em uma pedra “perdida” e ela torceu o joelho. Foi tão grave o acidente, que ficou sem andar um mês e precisou até de cuidadora.
“No sábado, no Parnamirim, com a chuva ficou ainda pior, Bruno tropeçou, torceu o joelho. Resultado: foi para a emergência, joelho imobilizado e anti inflamatório por via oral”, informa Helena Ribeiro, referindo-se ao filho turismólogo, que acidentou-se naquele bairro da Zona Norte que, como no centro, também tem calçadas bem danificadas. “Sem calçadas, as pessoas têm que dividir o espaço com os automóveis, e caminhar pelas ruas, onde transitam carros, bicicletas e pessoas”, reclama Luiza Sato, pelas redes sociais do #OxeRecife.
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Texto e foto: Letícia Lins / #OxeRecife