Com 135 dos seus 184 municípios vulneráveis a processos de desertificação – o que corresponde a 90,68 por cento do território do Estado – Pernambuco está em busca de metodologia para construção de inventário dos gases que influenciam nas mudanças climáticas. “Minha ambição é construir uma forma para que os 9 milhões de pernambucanos possam contribuir efetivamente nesse processo de redução, seja num reflorestamento ou separando os resíduos sólidos em casa. É importante que a população se sinta participando desse processo de contribuição coletiva”, afirmou hoje o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco, José Bertotti.
Ele fez as considerações na abertura do Workshop de capacitação e diagnóstico para o monitoramento da emissão dos gases de efeito estufa (GEE) no Estado. O encontro começou nesta quarta-feira (03/04), no auditório da vice-governadoria, no Bairro do Recife. No evento, a secretária Executiva de Meio Ambiente, Inamara Melo, apresentou dados preocupantes da Região e do Norte do Brasil.“A Amazônia (foto) e o Nordeste constituem o que poderia ser chamado de climatic change hot spots e representam as regiões mais vulneráveis do Brasil às mudanças do clima”, disse.
E completou: “Além disso, Pernambuco possui, pelos critérios de índice de aridez, 135 municípios em áreas suscetíveis ao processo de desertificação, correspondendo a 90,68% da superfície do estado. Por isso, a gestão ambiental do estado tem que trilhar um caminho com a elaboração do inventário de emissões desses gases, o estabelecimento de metas claras de redução, através de um plano de mitigação e adaptação do ambiente costeiro, plano de mitigação e adaptação do semiárido”. Ela sugeriu como formas de reduzir o problema: incentivo à economia verde e tecnologias de baixo carbono, monitoramento e divulgação da implantação da política, e apoio aos municípios para implementação da política de mudanças climáticas.
O treinamento é promovido pelo Governo de Pernambuco, por meio da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas/PE), juntamente com a Coalisão Under2. O objetivo é capacitar gestores públicos para elaborar o inventário de GEE, além de identificar as necessidades do estado para implementar o monitoramento, documentar e analisar os dados das emissão desses gases. O inventário é um dos principais instrumentos de planejamento para a elaboração de políticas públicas de adaptação e combate aos efeitos das mudanças climáticas.
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Texto e foto: Letícia Lins / #OxeRecife