Ele foi o responsável pela restauração de prédios como os da Catedral da Sé, Igreja de Nossa Senhora da Graça, antigo Palácio do Bispo (Sítio Histórico de Olinda). No Recife, levam sua assinatura as reformas da Casa da Cultura, Palácio da Justiça, antiga Estação do Brum, antiga Sinagoga da Rua do Bom Jesus e Paço Alfândega. Só por aí, já dá para se perceber a importância de Luiz da Mota Menezes para preservação da memória do Recife.
Memória viva da história do Recife e professor-emérito da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), arquiteto, historiador e urbanista, ele recebeu a mais alta comenda ofertada pela Prefeitura do Recife, a “Ordem do Mérito Capibaribe da Cidade do Recife – Grã Cruz”. Ao entregar a comenda, o Prefeito Geraldo Júlio (PSB) disse ser José Luiz “baluarte da preservação e construção do Recife”.
Autor de nada menos de 41 livros, ele foi foi um dos responsáveis pela conquista do título de Patrimônio Cultural da Humanidade de Olinda, concedido pela Unesco em 1982. O arquiteto tem a leitura como uma de suas paixões e guarda mais de 11 mil livros na biblioteca de sua casa. Em seu discurso, ele orgulhou-se em ter as obras como único bem. O professor parafraseou o escritor Ariano Suassuna para agradecer a comenda. “É bom receber a homenagem em vida, porque depois de morto não se vê nada”, brincou.
“Para mim é uma satisfação, porque tenho uma relação muito grande com essa cidade. Comecei a conhecer o Recife ainda pequeno, ao lado do meu pai, que me mostrou todos os cantos dessa cidade. Devo ao Recife esta homenagem e ao amor que tenho por essa cidade diante do ecletismo das suas edificações e seus rios”, afirmou. José Luiz é quem, é gente.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Foto: Andréa Rego Barros/ Divulgação/PCR