“No passo da estrada”. Foi com esse enredo, que o Grupo Raio de Sol tornou-se o grande vencedor do 36º Concurso de Quadrilhas Juninas Adultas, que encerrou-se na noite da terça-feira, no Sítio Trindade, em Casa Amarela, Zona Norte do Recife. O certame é muito disputado nos festejos dedicados a Santo Antônio, São João e São Pedro, que em 2022 foram adiados para julho, devido aos temporais registrados no Recife entre os meses de maio e junho, e que imobilizaram a cidade.
Dois lembretes: O Sítio Trindade é o “arraial” mais movimentado da cidade durante o período. E, quanto às quadrilhas, diferentes das tradicionais, estas têm tema, enredo, coreografia, luxo, paetês, babados, plumas e brilhos. A disputa entre essas quadrilhas mobiliza grande público. Primeiro, porque as pessoas se acotovelam nas arquibancadas, para assistir às apresentações, que viraram verdadeiros espetáculos. Segundo porque cada grupo – à maneira dos cordões de pastoris religiosos do passado – tem sua torcida. A Raio de Sol é da cidade de Olinda, e leva R$ 16 mil para casa: prêmio de R$ 13 mil mais R$ 3 mil pela classificação para a final do concurso, que atrai grupos até mesmo do interior. Ao todo, foram onze finalistas.
A Raio de Sol é velha conhecida na “passarela” junina. É uma das mais antigas da competição, e já se sagrou vencedora por seis meses. Na 35ª edição do concurso, no entanto, ficou em quarto lugar. Durante o “No passo da estrada”, o grupo fez um divertido passeio pela cultura nordestina, falando de gente, sonho e fé, por meio de personagens como retirantes, romeiros, cangaceiros, ciganos e brincantes, que “perderam o medo de se perder”, partilhando caminhos e descaminhos “em direção a Benvirá, terra da bem aventurança” (tudo assim, bem lúdico mesmo, meio O mágico de Oz). O espetáculo contou com a participação especialíssima do cadeirante Matheus Pimentel, aluno da Escola de Frevo, mantida pela Prefeitura. A Raio de Sol recebeu ainda o prêmio de melhor marcador do concurso.
O segundo lugar ficou com a quadrilha Lumiar, do bairro do Pina, que confirmou sua vocação para o pódio junino, conquistando o prêmio de R$ 9 mil. O grupo, apresentou o tema “Uma noite de São João na cidade Lumiar”, num espetáculo cheio de brilho, que levantou e acendeu a arquibancada, lotada para conferir as últimas emoções do tradicional concurso. Já a Traquejo, da cidade de Gravatá, ficou em terceira colocação, garantindo o prêmio de R$ 7 mil. O espetáculo “Tem coisas que a gente nunca esquece” misturou as temáticas e personagens ao São João com a tradição milenar do circo, reunindo bailarina e mulher barbada, noiva e noivo, cantador e violeiro numa trupe só.
A Traquejo arrebatou o pavilhão com seu balancê mambembe, para falar sobre a necessidade de seguir acreditando na cultura como caminho de futuro. Em quarto e quinto lugar, respectivamente, foram classificadas as quadrilhas Portal do Sertão e Dona Matuta. A Portal do Sertão, de Garanhuns, contou a história de “Ofélia e a chave de Exu”. Já a Dona Matuta, que é do bairro de San Martin (Recife), apresentou o tema “A festa de maior brilho”. Elas receberão prêmios de R$ 6 mil e R$ 5 mil.
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Texto: Letícia Lins/ #OxeRecife
Fotos: PCR / Divulgação