A ponte é linda e cheia de história. Seu nome é Ponte da Boa Vista, porém grande parte da população do Recife prefere chamá-la de Ponte de Ferro. No começo, tinha as cores da matéria prima com a qual foi construída, em estrutura totalmente desmontável, que foi produzida na Inglaterra e armada em 1876. Em 2023, ela foi eleita pelo Grupo Amantes do Recife como a mais bonita da cidade, com 56 por cento da votação. Tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), ela infelizmente já foi muitas vezes surrupiada e ultimamente andava às escuras. Tanto que pessoas que trabalham no comércio do centro temem atravessá-la à noite. Como se sabe, a Ponte liga os bairros da Boa Vista (na esquina da Rua da Imperatriz) com o de Santo Antônio (via Rua Nova).
Talvez por ser de ferro é, também, uma das mais atacadas pelos vândalos. Eles retiram pedaços para vender q quadrilhas de ferro velho. Originalmente na cor natural do metal, a partir do século passado começou a ganhar novas cores, que foram do azul e encarnado a um desbotado rosa bebê. Sinceramente, acho a última das pinturas a mais bonita de todas que ela já teve. Por esse motivo, fiquei preocupada com a presença de homens trabalhando nas suas ferragens. Será que vão pintar? Será que vão soldar pedaços atacados por ferrugem? Ou é a iluminação que precisa ser reforçada? Consultei então a Emlurb (Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife) que tem a função não só de recolher o lixo produzido na cidade, mas também a de zelar pelos seus equipamentos urbanos. Mas a resposta sobre o que está sendo feito na ponte, infelizmente, foi curta e evasiva. Como sempre, aliás. “São só uns serviços de manutenção mesmo. Reposição de pedaços de guarda-corpo e trabalho contra oxidação”, informa a Assessoria de Imprensa do órgão. Então, tá. Pelo menos, pelo que se observa, sua pintura atual será preservada. Tem que ser mesmo, porque é linda. Na verdade, a Ponte da Boa Vista, em ferro, foi erguida no século 19.

Mas já existia no século 17, embora como uma estrutura precária, pela qual o então governador de Pernambuco, Maurício de Nassau, a atravessava rumo ao Palácio da Boa Vista, seu local de descanso. E que ficava onde está hoje o Convento do Carmo. No século 19, ela era tão integrada à vida da cidade, que tinha até banquinhos para receber “os faladores da vida alheia”.
Ou seja, era tão presente no cotidiano da população, quanto o são hoje as redes sociais. A fofoca rolava tão solta à época, que deu origem até a um periódico, chamado “A Ponte da Boa Vista”, que circulou entre 1835 e 1865. Em 1965 e 1966 sofreu abalos por conta de enchentes do Rio Capibaribe e sofreu mudanças implantadas pelo então Prefeito Augusto Lucena, que não obedeciam ao seu projeto original. Despertou a ira do IPHAN, mas o mal já estava feito. E ficou (nas passarelas laterais).
Além de histórica e tombada, a Ponte da Boa Vista tem mais uma curiosidade. Em suas quatro pilastras (duas em cada cabeceira), há inscrições alusivas a importantes fatos históricos do nosso Estado e do país. E quais são as referências que você vai encontrar, caso pare para ler o que está escrito naquelas colunas? Invasão Holandesa (1630); Batalha das Tabocas e de Casa Forte (1645); Batalha dos Guararapes (1648-1649); Restauração Pernambucana (1654); Guerra dos Mascates (1710); Revolução de 1817; Confederação do Equador (1824); Abdicação de Dom Pedro I e início do reinado de Dom Pedro II (1831). Na gestão passada, a Ponte da Boa Vista viveu situações de abandono e furtos de seus equipamentos. Como, aliás, ficou todo o Recife na gestão passada, uma das piores que a cidade já teve. O abandono era tão grande que, em protesto, o Grupo Amantes do Recife deu um abraço simbólico na ponte para exigir providências do poder público.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Letícia Lins (Acervo #OxeRecife) e Genival Paparazzi /Agenciagvpaparazzi/ @gvpaparazzi/ (81) 995218132
Fiquei animada com a manchete da matéria, achando que seria uma “manutenção ” pra valer: restauração da ponte,valorizando o seu traçado original ,pintura( preservando as cores atuais,que concordo também como a mais bonita),conserto do piso,guarda-corpo etc….
Mas ,conforme a Emlurb, só alguns reparos,manutenção de rotina.Que pena.
A Ponte da Boa Vista é um extensão da Rua da Imperatriz. Naquele Prédio onde funcionava a Livraria Imperatriz era o local onde se hospedava a Família Imperial que vinha passar o verão no Recife. Naqueles caminhos passeavam as Princesas Filhas de Dom Pedro II e tomavam banho no rio Capibaribe é o que me foi contado por Historiadores. E se analisarmos o Palácio do Campo das Princesas na Praça da República um conflito Político para se vingar da Monarquia, também recebia naquele espaço a Família Imperial. Infelizmente como o nível Educacional e Intelectual dos Dirigentes Públicos é um dos mais baixos de nossa História, vide a Câmara Municipal, onde os Vereadores parecem ser do Poder Legislativo de uma Cidade Fantasma, já que o Recife bem em frente a Casa de José Mariano(deve tremer no túmulo assistindo Sessões e Trabalhos da Câmara Municipal do Recife) está sendo destruída diuturnamente bem na cara deles e nada fazem porque a Mídia tá toda Censurada Descaradamente para apoiar os mesmos Homens Públicos que Unidos e se Revezando no Poder por 25 anos, PT e PSB , são os Mentores e Autores do Atestado de Óbito da outrora 3a. Capital do Brasil. Letícia, é difícil você perguntar a quem nem conhece a Cidade e que tem a Responsabilidade de Administrar a Cidade o que se passa na Ponte da Boa Vista, as outras Pontes viraram pocilgas de cimento e estão empurrando na Cidade toda os “Tijolos Intertravados do João” que além de piorar o estado das ruas e o patrimônio público da Cidade, esses tijolos, dito por Profissionais de Engenharia, estragam o piso da Cidade. Não temos a quem recorrer, corremos o risco de que alguém mande nos prender se perguntarmos se as Empresas que ganharam a Concessão dos Parques de nossa Cidade com um Capital de apenas de R$ 1.000,00(um mil reais) e que falaram que vão investir mais de 400 milhões de reais nos Parques, diante dessa Contabilidade Confessa, se tem nessa Concessão Pública alguma Cláusula de Impedimento de ser Utilizado o Bem Público, por exemplo o Parque da Jaqueira, como Garantias de Empréstimos para tão grande Investimento ??? Quem poderá nos responder, a Câmara Municipal , a Prefeitura do Recife ou o TCE ? Nós temos Legalmente dois Sistemas de Bens Patrimoniais na Prefeitura do Recife, um de Bens Patrimoniais Móveis e o outro de Bens Patrimoniais Imóveis, e como tudo muda pelas madrugadas da PCR e da CMR, temo que esses Sistemas já foram derrubados pois atrapalha as festivas gestões recifenses. O Povo precisa saber, podemos acordar qualquer dia desses e sermos proibidos de atravessar as Pontes do Recife pois elas também serão Cedidas a Empresas de Animação Cultural e nos comunicaremos por fumaça em nossas Ilhas de São José, Santo Antônio, Boa Vista e Recife, ou nadar com ousadia e coragem no que resta dos rios Capibaribe e Beberibe. Imaginemos o Saudoso Músico e Compositor de Frevos João Santiago, Servidor Municipal, lá do céu onde se encontra olhasse o Flabelo de Batutas de São José para o alto e viesse da Rua da Imperatriz o Bloco Batutas de São José cantando sua Música “Relembrando O Passado” e atravessando a Ponte da Boa Vista e tristemente vagando recordações de seu Recife amado e como um anjo viesse soltando notas musicais de seu saxofone e ouvisse a voz da multidão..
RELEMBRANDO O PASSADO
João Santiago
Vou relembrar o passado
Do meu Carnaval de fervor
Neste Recife afamado
De Blocos forjados
De cor e esplendor
Na Rua da Imperatriz
Eu era muito feliz
Vendo o Bloco desfilar
Escuta Apolônio o que eu vou relembrar
Os Camponeses, Camelo e Pavão
Bobos em Folia do Sebastião
Também Flor da Lira com seus violões
Impressionava com suas Canções…