Com chuva e sem água na torneira

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Há uns fatos, na gestão pública, que o cidadão não consegue entender. O Recife é cortado por dois rios permanentes – Capibaribe e Beberibe – e em 2017 enfrenta uma estação de chuvas rigorosa, com precipitação pluviométrica que chega a ser 28 por cento superior à média histórica, como se observou no mês de junho, quando os pluviômetros registraram 484 milímetros de chuvas contra os 377 milímetros costumeiros.

Mas todos os dias, nos jornais, a gente vê a população reclamando da falta de água, seja nos altos da cidade, em bairros populares  ou mesmo nos bairros mais sofisticados. E isso ocorre, também, na Região Metropolitana. Moradores da Segunda Etapa de Rio Doce, em Olinda, por exemplo, reclamam que estão há dez dias sem água, embora o “rodísio” seja de “cinco por um”. Na Rua Maria Gorete, no Vasco da Gama, Zona Norte do Recife, moradores relatam que estão há oito dias sem água nas torneiras. “Lá em casa só não falta mais porque são três depósitos e é só a mulher e eu”, afirma o encanador e eletricista Nelson Deodoro, morador daquela via. Trabalhando em um salão de beleza no bairro da Tamarineira, Elisângela Martins da Silva passou oito dias sem água na sua residência, que fica no Corrego do Arcanjo, em Nova Descoberta. “Hoje a água chegou, mas era um fiozinho sem força”, depõe.

É incrível que, em pleno século 21, ainda não haja abastecimento diário. A mais nova vítima é o bairro de Apipucos, que fica na Zona Norte do Recife. Apesar das chuvas torrenciais, o bairro encontra-se há exatamente três dias sem água, nas proximidades da Praça e da Igreja de Nossa Senhora das Dores. E o sumiço da água chegou sem aviso prévio. Até o momento, a Compesa não deu o sinal da graça. Nem mesmo para explicar o que está acontecendo. Mas no final do mês…. a conta sempre chega, como se nada tivesse acontecido.  Para quem não tem bomba em casa, o jeito é aparar água da chuva para lavar banheiros e panelas. É mole?

Texto e foto: Letícia Lins / #OxeRecife

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