Tenho muita simpatia pelo Projeto Colorindo o Recife, que valoriza a grafitagem. E o motivo é muito simples, porque há grafiteiros e pichadores. Os primeiros emprestam colorido a muros, paredões, edifícios, espaços públicos. Os segundos emporcalham esses mesmos locais e também monumentos, igrejas, até sítios históricos. Mas já observei que os segundos respeitam os primeiros. Muitos espaços grafitados ganham respeito de pichadores, pois são os únicos que não são emporcalhados pelos vândalos. Há espaços públicos, como o Parque da Macaxeira – Zona Norte do Recife – onde a única parede sem pichação é justamente a que possui uma trabalho feito por grafiteiros. Afinal, grafite é arte urbana.
Em alguns casos, no entanto, o trabalho dos nossos artistas urbanos pode ficar sem realce. É o caso da Ponte do Pina, que desde o início de fevereiro vem sendo alvo de mais uma etapa do Projeto Colorindo o Recife. Na última vez que passei lá, fiquei sem entender direito o que ocorria. Achei que a Prefeitura estava testando qual a melhor cor ou tonalidade para pintar as bases da ponte. Porque, à distância – de uma ponte para outra – a gente só vê quase a diferença de cor sobre as colunas. Então, ficou meio esquisito, parece que a ponte está com pintura iniciada e não terminada. Em todo caso, é melhor ter a ponte com ilustrações do que com pichações.

“Vamos fazer um degradê de cores nas colunas, representando um amanhecer e ao longo delas, vamos retratar a cultura e os contos do Recife”, justifica Everson Menor, do Coletivo Pão e Tinta, um grupo especializado em grafitagem e que utiliza a atividade como meio de inclusão social. Aguardamos o resultado final. Tenho o maior respeito pelo trabalho do Pão e Tinta, e suas grafitagens em espaços como o Centro Esportivo Santos Dumont (Zona Sul). Mas confesso que a Ponte do Pina está muito estranha, por conta da falta de uniformidade de cores e tons no “pano de fundo”, ou seja, da base dos trabalhos.
O grupo Pão e Tinta foi um dos selecionados por edital para aquele tipo de ação. “O projeto cria novos atrativos na cidade e fortalece a arte de rua, que é símbolo de criatividade da juventude”, diz Ana Paula Vilaça, Secretária de Turismo, Esporte e Lazer do Recife. Além das grafitagens, os artistas urbanos escolhidos farão oficinas com alunos de 30 escolas da rede pública. E 15 locais estratégicos do Recife ganharão novas e alegres cores, entre cemitérios, túneis, parques, hospitais, pontes e conselhos tutelares. No Recife, há painéis interessantes nos Parques da Macaxeira e de Santana, ambos na Zona Norte da nossa cidade. O bom disso tudo é que em parede que tem grafite, pichador não suja. Viva, pois, a grafitagem.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Foto: Inaldo Lins / Divulgação / PCR
Boa tarde amigo,respondo pela comunicação do pão e tinta ,gostaria de recebe vcs para mostrar o trabalho feito e assim contar um pouco dessa história q escrevemos aqui,valeu a 1 reportagem,será muito massa ter agora c ela terminada .
Oi, Stilo. Já te liguei algumas vezes para o celular, mas só dava caixa postal. Foi não na intervenção da ponte, mas em uma outra que vocês fizeram. Estarei às ordens. ´´E só comunicar. Conheço o trabalho de vocês à distância, inclusive o aspecto preventivo.