E agora? O Colégio Americano Batista, que esteve bem perto de virar um centro comercial inclusive com praças de alimentação, acaba de se transformar em imóvel de utilidade pública, conforme Decreto 54.429, assinado pela Governadora Raquel Lyra (PSDB). Ele será um colégio estadual, e não mais um centro comercial como pretendia um grupo de iniciativa privada, que pretendia integrar o projeto à paisagem do Parque Amorim (foto acima).
Toda a área do colégio, inclusive as benfeitorias, estão incluídas no decreto. “Em vez de mudança de finalidade do prédio para objetivos comerciais, a decisão do governo mantém a funcionalidade do imóvel”, informa o Palácio do Campo das Princesas. Ou seja, após muita polêmica, o Americano Batista não corre mais o risco de virar um shopping center, como chegou a ser cogitado. O empreendimento ocuparia 20 mil metros quadrados dos 40 mil metros quadrados de terreno, onde ficam cem árvores, seis das quais seriam sacrificadas. Mas de acordo com o governo estadual, o colégio vai permanecer como colégio.
A intenção do grupo econômico que pretendia fazer o centro comercial era manter o prédio antigo, abrir lojas, restaurantes e jardins e derrubar os muros do colégio para integrá-lo à paisagem do Parque Amorim. Para a governadora Raquel Lyra, o impasse em torno do imóvel – que estava próximo de ser leiloado – apareceu como oportunidade para o governo estadual na defesa do interesse público. “Vamos manter o prédio como complexo escolar. É um patrimônio de Pernambuco que agora estará a serviço da educação pública””, afirmou. Com o decreto, a Secretaria de Educação e Esportes passa agora aos trâmites para adequação do prédio aos objetivos da Pasta.
Duas outras áreas imensas, do Recife, também já foram alvo de polêmicas. Uma é o Hospital Ulysses Pernambucano, mais conhecido como Tamarineira, que esteve perto de virar um shopping center,o que despertou uma onda de protestos na população. A pressão levou o poder público a prometer transformá-lo em um parque municipal, mas até agora nada aconteceu. Outra área urbana que passou décadas abandonada foi aquela onde funciona hoje o Parque da Macaxeira que, no passado, pertenceu ao Cotonifício de propriedade da família Othon Bezerra de Melo, que o manteve ativo até meados do século passado. Coube ao então Governador Eduardo Campos (PSB) transformá-lo no maior parque urbano do Recife. Campos morreu na campanha eleitoral de 2014, porém o projeto integral do Parque (que incluía até biblioteca virtual) ainda não foi concluído.
Leia também
A verdade sobre o Americano Batista. O colégio será demolido?
Escavação na Zona Norte preocupa
O Recife é uma cidade verde?
Hoje tem espetáculo? Tem sim senhor, no Parque da Macaxeira
Cadê o bosque do Parque Urbano da Macaxeira?
Quatro parques do Recife são alvo de concessão
A polêmica concessão
Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Foto: Acervo #OxeRecife