Cinema São Luiz abre em grande estilo nessa sexta (1/11). E o centro, como fica?

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O Centro do Recife tem uma grande noite, nessa sexta-feira (1/11), quando o icônico Cinema São Luiz volta a receber o público,  após passar nada menos de dois anos fechado. Esperamos que esse seja um passo para dinamizar aquela área tão esquecida e degradada da cidade, justamente o trecho da Rua da Aurora que fica entre as cabeceiras das pontes Duarte Coelho e da Boa Vista, onde a gente passa temendo que as marquises desabem em nossas cabeças. E também precisa ter cuidado por conta da péssima condição das calçadas.

Isso enquanto o outro lado da Aurora (entre a Avenida Conde da Boa Vista e a Avenida Norte) recebe sempre intervenções, equipamentos urbanos, arborização, eventos. Vamos ver se com o retorno do São Luiz a Prefeitura do Recife e o Recentro cuidam mais um pouco do lado abandonado daquela que é uma das ruas mais importantes do Recife. Problemas urbanos à parte, falemos do Cinema São Luiz, que recuperou o esplendor do passado e que que está abrindo para sediar o 15º Festival Janela Internacional de Cinema do Recife.

Agora, o centro do Recife conta com dois dos únicos cinemas de rua que sobraram nos bairros centrais da capital, ambos tombados e ligados ao poder público. O São Luiz pertence ao estado, enquanto o Parque – que passou mais de uma década em reforma – é gerido pela Prefeitura. Ganha o Centro e ganha o recifense. A festa de inauguração , às 20h,  será conduzida pela governadora em exercício, Priscila Krause (Raquel Lyra está em viagem ao exterior).

Cine São Luiz ganha de volta o esplendor do passado e abre hoje durante Festival  Janela Internacional do Cinema

Após as cerimônias de abertura, haverá a exibição do filme Manas, de Marianna Brennand, longa escolhido para a primeira sessão do Janela, que contará com a presença da diretora e parte do elenco. O filme traz um tema bem atual: a violência e a falta de direitos em uma comunidade da Ilha de Marajó (no Pará). Tudo tendo como protagonista Marcielle, vivida pela paraense Jamilli Correa, atriz de treze anos.  O filme, exibido no Festival de Veneza, vem colhendo premiações. O tititi para ver o cinema recém restaurado é grande. Além disso, o público pernambucano gosta tanto de cinema que todo festival é garantia de casa cheia. No caso do Janela, os ingressos colocados no Sympla para a festa de inauguração vo-a-ram. Em poucos minutos, esgotaram por completo.

Mas um  fator contribuiu para que os ingressos se esgotassem de forma tão rápida: a plateia está pronta, mas o balcão ainda não. “Lembramos que a  área do balcão do São Luiz estará inativa durante todo o festival, reduzindo de forma significativa sua capacidade máxima de espectadores”, diz a nota publicada nas redes pela organização do Festival. Ou seja, a oferta de assentos ainda é bem menor do que o esperado. Antes da reforma, o cinema tinha capacidade para 992 espectadores sentados (sala com balcão).  Natural, portanto, que em menos de três horas, 6.300 ingressos para os filmes do festival já tivessem sido vendidos.

”O que reforça o poder do cinema, o interesse dos espectadores em consumir filmes e ocupar o Centro do Recife”, segundo a organização do Festival. Mas há um lembrete para os cinéfilos que pensam estar fora do evento, devido à demanda pelos ingressos. A produção reservou 10 por cento dos ingressos para venda exclusiva no dia de exibição dos filmes. Ou seja, quem “sobrou” hoje pode não “sobrar” amanhã. Mas tem que ter paciência e se pendurar no computador, porque 100 por cento dos ingressos são vendidos online. E, não adianta espernear na bilheteria. Qualquer bilhete, portanto, só pode ser adquirido no Sympla. A bilheteria virtual para o São Luiz acontece, diariamente, a partir das 10h. Já para o Cinema do Museu (da Fundação Joaquim Nabuco, em Casa Forte), os ingressos serão vendidos só na bilheteria.

Além do Janela, a reabertura do equipamento também contará com a exposição “Cinema São Luiz: Projetando Re-Existências”, que estreia hoje, na reabertura do equipamento para o público. Com recurso de acessibilidade comunicacional de audiodescrição (AD) nos painéis expositivos, a mostra ocupa as dependências do próprio cinema. Entre os temas abordados nos eixos, estão as reformas e algumas das transformações ocorridas nos 72 anos de existência do cinema. E, ao mesmo tempo em que celebra o seu passado, reforça a sua importância no momento de reabertura para o público, vislumbrando as possibilidades futuras.

Filme de abertura, Manas, mostra rotina de violência e falta de perspectiva vivenciada por menina da Ilha de Marajó

O Festival Janela Internacional de Cinema do Recife é realizado pela Cinemascópio, e este ano tem o patrocínio da Lei Paulo Gustavo Recife (LPG – Recife), da Lei Paulo Gustavo Pernambuco (LPG-PE), da Copergás e do Complexo Industrial Portuário de Suape e o apoio cultural da Centro Cultural Brasil Alemanha (CCBA), Embaixada da França no Brasil, Cinemateca da Embaixada da França e Cinémathèque Afrique do Institut Français.

Nos links abaixo, mas informações sobre o São Luiz e sobre cinema. E cinemas…

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SERVIÇO:
 XV JANELA INTERNACIONAL DE CINEMA DO RECIFE
Data: 1 a 8 de novembro ABERTURA NA SEXTA-FEIRA, DIA 1º DE NOVEMBRO
Locais: Cinema São Luiz (rua da Aurora, 175 – Boa Vista) e Cinema da Fundação – Sala Museu (avenida 17 de agosto, 2187 – Casa Forte)
Sessões com acessibilidade em LSE, Libras e audiodescrição: ManasTijolo por Tijolo, Kasa Branca, Seu Cavalcanti A Transformação de Canuto.
Ingressos: R$ 5,00 (para o Cinema São Luiz venda exclusiva pelo Sympla. No Cinema do Museu, só na bilheteria, que abre para venda uma hora antes da sessão).
Sessões de Curtas têm entrada GRATUITA
Mais informações: www.janeladecimena.com.br

Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Hesíodo Góes/ Secom e Divulgação / Festival Janela Internacional do Cinema

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3 comments

  1. Tenho certeza que será uma grande noite para o cinema São Luiz e,em especial,um momento tão aguardado que é a oportinidade de rever a sua belíssima sala restaurada.
    Como os bilhetes se esgotaram em segundas na plataforma, irei pós janela .
    Espero que o Recentro atue no entorno do cinema,recuperando calçadas, marquises deterioradas,sinalização,limpeza das ruas etc.Caso contrário, passada a euforia do Janela,o público começará a se afastar do centro e do cinema,considerando também o aspecto da segurança.
    Longa vida ao São Luiz!

  2. Que felicidade, Letícia, estou aqui no saguão do São Luiz aguardando a festa de inauguração do nosso querido cinema. Na bolsa, o meu ingresso para o filme Manas que será exibido logo mais. Muita gente por aqui. Gratidão a governadora Raquel Lyra que nos devolveu o São Luiz.

  3. Bom dia Leticia, fiquei surpreso quando ontem fui informado que o Recentro ganhou um Prêmio, aliás, por falta de fazer e muita lacração estão dando Prêmios à vontade por aí. Será que os Autores dessa premiação já andaram pelo Recife ?? Falaram que é quem cuida melhor das Cidades e uma referência em Administração Pública, como diria Raul Seixas ….quem não tem colírio, usa óculos escuros… E deixo a Poesia de Belchior TUDO OUTRA VEZ, com saudades das Normalistas lindas a caminharem no final das manhãs por nossas Pontes tão lindas, e do Recife encantado e marcado em nossas retinas e sonhos, na porta do Cinema São Luiz procurando pessoas que eram um pedaço de nossas vidas, e olhando para os vitrais ouvindo Moonlight Serenade ao fundo aguardando a hora do filme começar com Glenn Miller nos fazendo quase dançar numa tarde de domingo qualquer, que muitas vezes pedíamos para não acabar mais , com o Gemba nos esperando no fim da sessão e daquele beijo roubado do ganha, mas, não leva, das antigas paqueras onde a comunicação era um olhar que se distanciava de saudades, tempos bons, e o cheiro de Dulcora com os vendedores insinuando que valia um beijo no escurinho do cinema… VIVA O RECIFE !

    TUDO OUTRA VEZ
    BELCHIOR

    Há tempo, muito tempo que eu estou
    Longe de casa
    E nessas ilhas
    Cheias de distância
    O meu blusão de couro
    Se estragou, oh oh oh
    Ouvi dizer num papo da rapaziada
    Que aquele amigo
    Que embarcou comigo
    Cheio de esperança e fé
    Já se mandou, oh oh oh
    Sentado à beira do caminho
    Pra pedir carona
    Tenho falado
    À mulher companheira
    Quem sabe lá no trópico
    A vida esteja a mil
    E um cara que transava à noite
    No Danúbio azul
    Me disse que faz sol
    Na América do Sul
    E nossas irmãs nos esperam
    No coração do Brasil
    Minha rede branca
    Meu cachorro ligeiro
    Sertão, olha o Concorde
    Que vem vindo do estrangeiro
    O fim do termo saudade
    Como o charme brasileiro
    De alguém sozinho a cismar
    (Gente de minha rua
    Como eu andei distante)
    Quando eu desapareci
    Ela arranjou um amante
    Minha normalista linda
    Ainda sou estudante
    Da vida que eu quero dar
    E até parece que foi ontem
    Minha mocidade
    Com diploma de sofrer
    De outra Universidade
    Minha fala nordestina
    Quer esquecer o francês
    E vou viver as coisas novas
    Que também são boas
    O amor, humor das praças
    Cheias de pessoas
    Agora eu quero tudo
    Tudo outra vez
    Minha rede branca
    Meu cachorro ligeiro
    Sertão, olha o Concorde
    Que vem vindo do estrangeiro
    O fim do termo saudade
    Como o charme brasileiro
    De alguém sozinho a cismar
    Gente de minha rua
    Como eu andei distante
    Quando eu desapareci
    Ela arranjou um amante
    Minha normalista linda
    Ainda sou estudante
    Da vida que eu quero dar ……..

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