Cientistas: “Data nacional não pode ser usada para fomentar a violência”

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Nesse 7 de setembro de tantas expectativas e clima de insegurança quanto ao futuro da Nação,  o melhor mesmo é ir às ruas. Sair de casa para  participar de manifestações em protesto  contra o negacionismo, as milícias, o armamento desenfreado, as rachadinhas, a condução da pandemia, a inflação, o gabinete do ódio, o uso oficial de fake news, a livre ação de grileiros e desmatamentos na Amazônia. E sobretudo em defesa do Estado de Direito. No Recife,  há o Grito dos Excluídos que entra em sua 27ª edição, sempre a favor dos desfavorecidos e da democracia, e que tem concentração na Praça do Derby, a partir das 10h. A manifestação, cuja concentração já começou,  deve se contrapor às que ocorrem na Zona Sul, em defesa do Presidente Jair Bolsonaro e de seus apaniguados da “Pátria amada”, cada vez mais desrespeitada, com sua população em situação difícil, diante do crescimento do número de miseráveis e de tantos retrocessos.

Bom lembrar documento divulgado pela Academia Pernambucana de Ciência – cujos integrantes pertencem, em maioria, à comunidade científica nacional – com conteúdo bem oportuno: “A APC, apartidária, julga ser justo ao menos questionar qual independência está sendo celebrada em 7 de Setembro. Seria novamente a que é concebida e acordada na sede do poder (como há 199 anos), ou uma que é financiada (como há 196 anos), ou uma que é traída repetidas vezes, ao se negar amplo direito à ‘fábrica de democracias’, que é a Educação? Aqui se faz alusão a um memorável brasileiro, o professor Anísio Teixeira, quando ele defendia heroicamente a escola pública. Não seria razoável  uma independência permanente, real, conseguida por méritos e labutas coletivas?”

Depois de fazer um histórico do que aconteceu em 1822 – durante o grito de “Independência ou morte” – os cientistas se dizem “atônitos, inquietos e decepcionados com o negacionismo sem precedentes, com as posturas obscurantistas, odiosas e preconceituosas e, pasmem, com os recentes e sistemáticos ao Estado de Direito, à ordem constitucional,  e ao progresso harmonioso e sustentável”.

E acrescentam: “Para a APC o nosso país, a nossa Pátria, a nossa Data Nacional vêm acima de quaisquer personalidades. Portanto tem-se que garantir que nada esteja acima do bem comum, da estabilidade democrática, e que nossa Data Magna não seja sequestrada para outros fins que não configurem a celebração do nosso povo, da nossa cultura, da nossa história e dos nossos valores”. Dizem ainda os cientistas:

“Não se pode aceitar que o nosso mais importante feriado nacional seja usado de forma maniqueísta e oportunista para fomentar a violência, para atentar contra as instituições nacionais permanentes, e muito menos para  descumprir a Constituição. A APC, que congrega cientistas defensores de um Brasil independente, democrata, justo e inclusivo, permanece firme em defesa da razão, do bom senso, do equilíbrio, da Ciência, da Cultura e da Educação, pois sem qualquer um desses ingredientes não haverá uma Pátria verdadeiramente independente.

E concluem sobre a independência verdadeira: “ Só zelando-se pela Educação, Ciência e Tecnologia se pode florescer como Nação e assim se construirá uma sociedade humana, independente e soberana. Viva o Brasil! E que unidos, caminhemos resolutos, bem informados, alegres e tranquilos nas celebrações de uma verdadeira e duradoura independência”.

Fora Bolsonaro!

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Foto: Acervo #OxeRecife

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