Cícero Belmar agora é imortal

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Foi muita emoção para uma semana só. No dia 5 de julho, o filho do Sertão virou Cidadão do Recife. A proposta da vereadora Aimée Carvalho (PSB) foi aprovada por unanimidade do Câmara dos Vereadores, e assim, Cícero Belmar, natural de Bodocó ganhou o título, no último dia 5, em cerimônia marcada por emoção. Lembrou que o Recife “é a cidade dos sonhos de todos os pernambucanos que nascem e moram no interior”. Um sonho, cercado de outros sonhos, como “colocar os pés na Praia de Boa Viagem” e “pular o carnaval mais democrático do mundo”.

Pois dois dias depois, na noite da sexta-feira, nosso amigo querido Cícero Belmar, bota o coração à prova, mais uma vez. Agora para assumir a vaga da poetisa Lucila Nogueira, na cadeira número 33 da Academia Pernambucana de Letras. O auditório onde houve a cerimônia ficou lotado.  Tinha gente do Recife e caravanas de Bodocó e Arcoverde, cidades em que o novo imortal tem uma legião de amigos. Foi saudado pelo também acadêmico José Paulo Cavalcanti Filho. E recebeu da Presidente da APL, Margarida Cantarelli, uma incumbência que, com certeza, Cícero tira de letra: atrair a juventude para a APL. Tanto Margarida quanto a antecessora, Fátima Quintas, vêm se empenhando em tornar a Casa mais acessível ao público, inclusive com programação musical. Com certeza, a APL ganha um reforço de peso. Disposição é o que não falta a Belmar.

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Belmar tem um currículo vasto no jornalismo. E também claro, na literatura. Como escritor, começou pelos livros infantis. Escreveu: Os vaga-lumes, O Pintinho Bailarino, A Floresta Encantada, O Presente de Júlia e Sem pé nem cabeça. Também escreveu para o teatro infantil e de jovens. Para o teatro, escreveu A Floresta Encantada, Coração de Mel, Meu Reino por um Drama, Eu Não Quero ser GregorSamsa, Os vaga-lumes e A Flor e o Sol. Essa última foi premiada pela Associação dos Produtores de Artes Cênicas de Pernambuco (Apacepe), quando montada pela primeira vez em 1999. As peças Eu Não Quero ser GregorSamsa, Os vaga-lumes ainda são inéditas. Ganhou duas vezes o Prêmio Literário Lucilo Varejão, da Fundação de Cultura da Prefeitura do Recife, nos anos de 2000 e 2005, pelos romances Umbilina e Sua Grande Rival e Rossellini Amou a Pensão de Dona Bombom. Esse último também recebeu o Prêmio de Ficção da Academia Pernambucana de Letras em 2005. Também publicou Tudo na Primeira Pessoa e Esses livros não me iludem mais (ambos de contos).

Entre os livros de biografia, escreveu: Pola que conta a trajetória de Póla Berenstein, judia que sobreviveu ao holocausto nazista da Segunda Guerra e veio morar no Recife; e O Homem que Arrastou Rochedo – Fernando Figueira, um relato da vida, as dificuldades e vitórias, de um dos maiores pediatras brasileiros do século 20. E  ainda Acabou-se o que era doce, relato da vida do médico Gentil Porto durante a ditadura militar de 1964.  Cá para nós, não sei onde estão os produtores de cinema. Porque tanto Rossellini Amou a Pensão de Dona Bombom  quanto Pola renderiam roteiros excelentes para o cinema. Sobre o último, está aí A Viagem de Fanny,  destaque do último Festival Varilux de Cinema que não deixa mentir. Como Pola, Fanny também empreendeu um roteiro forçado, cheio de percalços, para fugir do nazismo. Pola refez sua vida no Recife. E Fanny mora em Israel.

Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Foto: Divulgação

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