Além de mortos (129) e de uma multidão de desalojados (mais de 128 mil em Pernambuco), o inverno rigoroso está impondo riscos maiores aos pedestres. Pelo menos no Recife, onde o que se vê é buraco sem sinalização no asfalto, e calçadas ainda mais danificadas, inclusive em áreas que passaram recentemente por requalificação, como é o caso da Rua da Aurora, no Centro da cidade (foto abaixo).
Na segunda, como o tempo estava um pouco melhor, tentei retomar as caminhadas matinais. Um desastre. As calçadas, que já eram ruins, viraram um convite aos acidentes. Vejam o exemplo daquela cheia de lama, no bairro da Tamarineira, Zona Norte do Recife. Com as poças formadas, ninguém tem segurança de onde está pisando, pois o que mais se vê por aí é esgoto destampado.
Naquela calçada, como mostra a foto superior desse post, na Avenida Rosa e Silva, vi muito pedestre dando uma de equilibrista no meio-fio (bem escorregadio, diga-se de passagem) ou disputando espaço com os carros, no meio do asfalto, onde também o que não falta é buraco. É verdade que a conservação de calçadas é legalmente de responsabilidade do proprietário do imóvel. Mas quando o imóvel é uma repartição pública, manda a lei que dela cuida a Prefeitura. O Hospital Ulysses Pernambucano, popularmente conhecido como Tamarineira, não é privado. A Rua da Aurora, que passou recentemente por requalificação, também está com áreas que cederam. Um pedestre desavisado que por ali passe pode quebrar o pé. O risco é ainda maior à noite.
Outro descalabro é a calçada do Açude de Apipucos, no bairro de Apipucos, também na Zona Norte, por onde sempre passo em minhas caminhadas. Uma lagoa antes tida como o cartão postal do bairro, que totalmente entregue ao abandono. Inclusive nas calçadas. O risco, ali, ainda maior. Pois as fortes chuvas do final de semana fizeram a superfície nivelar com a calçada.
Atravessar o Açude de Apipucos a pé, tornou-se um grande risco, como mostra a terceira foto. Esse plástico azul difarça um buraco, que ficou encoberto no pior dia da chuva deixando o pedestre sem saber onde pisar. Sem falar na passarela de madeira, que está em situação precária desde a gestão passada. Com a chuva a coisa piorou. Quem transita por ali em dia de inundação, pode não só levar um tombo como até mesmo se afogar. Sinceramente, uma falta completa de respeito ao cidadão, que paga seus impostos em troca de bons serviços. Como falta de respeito é, também, deixar os morros sem obras preventivas, com milhares de pessoas entregues à própria sorte.
Nos casos de Apipucos e da Rua da Aurora, as calçadas – por ficarem em beira de rio ou de lagos – também são de responsabilidade do poder público. Mas….
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Letícia Lins (#OxeRecife) e foto do leitor (Genival Paparazzi)