Chuva, grama sintética e mau gosto

Sinceramente, tem se tornado comum a utilização de plantas artificiais em jardins de estabelecimentos comerciais no Recife. E também de alguns particulares, como já observei em bairros como Parnamirim e na Boa Vista, onde flores de plástico tomam o lugar daquelas naturais, que servem de alimento aos pássaros e insetos e que, com a polinização, dão origem a outras plantas.

No Recife, como já mostrei aqui no ano passado, temos um supermercado que substituiu os canteiros de areia por gramado sintético. Já havia abordado no #OxeRecife, mas é que agora a área “verde” foi “ampliada”. Além de não ter estética, o gramado artificial evita a absorção da água pelo solo. Em uma das minhas caminhadas, observei que uma chuva ligeira foi suficiente para mostrar como fica a impermeabilização do solo, provocada por um revestimento inadequado.

O resultado é o que vocês estão vendo, a água acumulada (foto acima). Imaginem com um temporal, o que vai então acontecer. Na Praça de Casa Forte, temos um restaurante que ao invés de colocar cestas com plantas vivas no seu caramanchão, o que se vê são caqueiras penduradas, mas com jiboias, imbés, avencas, tudo de plástico, ou tecido. Coisa muito esquisita mesmo. Se essa moda pega, coitado do Recife, já às voltas com a degola das árvores de ruas, praças e jardins. Gramado sintético? Tou fora. No caso do restaurante de Casa Forte, pelo menos o resto do jardim tem gramado e plantas naturais. Ainda bem.

O que consola é que há empresas que têm o maior zelo pelos seus jardins. É o caso da Ferreira Costa, no bairro da Tamarineira,  em uma rua, onde as lojas não prezam muito pelos seus jardins.  Na Rua Cônego Baratai, conta-se nos dedos as empresas que mostram gosto pelo verde.  Algumas, sequer possuem jardins. Apenas estacionamentos de concreto. A Ferreira Costa não só cuida dos próprios jardins, como ainda adotou o canteiro que fica em em frente à suja loja, cujo gramado verdinho e bem cuidado difere daqueles observados em praças e jardins do Recife, cada dia mais ressequidos e até mortos. Na Universidade Católica, os gramados são bem cuidados, os jardins possuem árvores e até esculturas. Não é raro que os estudantes vejam um pavão passeando em seus jardins.

Veja alguns jardins de empresas no Recife:

Leia também:
Gramado verde, mas… de plástico
Gramado sintético gera protestos
E viva o verde em Bogotá 
Exemplos de amor ao verde no Recife
Bom exemplo de amor ao verde

Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife

Continue lendo

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.