Ao contrário do que ocorre com os personagens do conto “Uma amizade sincera” (de Clarice Lispector), nós somos amigos de longa data. E, pelo menos até agora – em termos de ter o que conversar – ainda não passamos pelo vexame de faltar assunto, como aconteceu com os dois amigos da ficção. Viajamos sempre juntos. Indo a Salvador, fico na casa dele. Ele vindo, claro, hospeda-se em minha casa, no Recife. Mas estamos separados pela pandemia. Infelizmente.
Já se vai algum tempo, em que subimos e descemos as ladeiras de Salvador, que rodamos por Belém, que andamos de barco e passeamos na floresta amazônica. E que também curtimos Alter do Chão, um dos locais mais lindos que conheci, que segundo jornais europeus é o “Caribe brasileiro” e ” a praia fluvial mais bonita do mundo”. Dessa vez, fiquei de fora. Meu amigo Fernando Batista está trilhando pela Chapada Diamantina, curtindo a sua natureza generosa.
Fernando acaba de mandar fotos tão bonitas, que decidi compartilhar com vocês esse deslumbramento. Como é grande a biodiversidade desse meu país. Nunca esqueci de um botânico inglês que fez uma expedição ao Pico das Almas, na Chapada Diamantina, e ficou deslumbrado com o que viu. Ele procurava flores rupestres e terminou defrontando-se com “uma variedade maior de espécies do que todas que encontramos na flora da Inglaterra”. Pois por essas fotos, dá para ter uma ideia. Fernando está em Piatã, a 536 quilômetros de Salvador e a 1214 quilômetros do Recife. E levou um baobá para plantar no sítio de uma amiga que mora na Chapada. O baobá, aliás, foi a árvore que nos aproximou. Foi a partir dele que surgiu nossa amizade. Mas as trilhas e flores também nos aproximam.
Hoje ele tirou a manhã para subir a Serra de Santana, lá em Piatã. Que pena que estou tão longe, no Recife. Então, só faço ficar com vontade de ver tanta exuberância da natureza, através de fotos que ele me envia, sejam de flores de solo ou daquelas rupestres, que nascem sobre as pedras. “As flores são minúsculas, mas imensas em cores e beleza”, diz ele. “As folhas, igualmente minúsculas, impactam o olhar pela textura que sugerem, muitas aveludadas e suculentas. Uma explosão de vida por entre as rochas”, diz. Ou seja, meu amigo é antropólogo, mas tem um pedaço de biólogo na alma. Curtam, pois, as flores, “viajando” pela Serra de Santana, na Chapada Diamantina, através da galeria abaixo. As flores não estão identificadas e por esse motivo, as fotos estão sem legendas.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Fernando Batista / Cortesia para o #OxeRecife
Obs: As fotos podem ser vistas, também no Instagram @fbaobatista