Centro de Convenções recebe astros da MPB e eventos, porém infraestrutura ainda deixa a desejar

Com uma  pauta tão superlotada – onze eventos no mês de maio – o Centro de Convenções de Pernambuco bem que poderia trabalhar melhor, para dar atendimento de qualidade ao público. Nos últimos meses, o Cecon vem recebendo grandes nomes da MPB – de Caetano Veloso a Paulinho da Viola, do MPB 4 a Maria Betânia – porém a situação permanece difícil para quem se arrisca a assistir as apresentações noturnas. Uma vergonha.

E não é só o estacionamento que é inseguro e permanece pouco iluminado. No interior do Cecon, pavimentos  lembram um deserto e também são sombrios. Os jardins internos estão em petição de miséria com plantas mortas, o que contribui para passar a sensação de decadência, de tristeza.  Tem jardim que até parece um chiqueiro. Nada como um canteiro viçoso para tornar mais alegre qualquer recanto público ou privado. Sinceramente, até o momento a privatização do equipamento ainda não mostrou a que veio. Faturar só… não dá. Tem que mostrar serviço.

Cheio de mato, parece um galinheiro. Mas é um dos jardins internos do Cecon. Custa nada arranjar um jardineiro?

O abandono é visível no jardim que fica no piso onde estão os auditórios Brum, Ribeira e o Teatro Beberibe. Passem lá e confiram o que estou dizendo.  E também no andar superior, onde várias plantas estão mortas, caídas no chão.  Pelo menos estavam, nos dias em que lá estive. Nos seus amplos salões, a iluminação também deixa a desejar e faltam até portas de vidro em algumas de suas entradas. No show de Paulinho da Viola não havia o serviço gastronômico prometido, e também não no show  anterior, do MPB-4.  As filas faziam caracol na única e minúscula lanchonete que funciona no hall do Cecon.

Várias pessoas amigas – mulheres principalmente – relataram que têm medo do breu do estacionamento, motivo pelo qual perdem shows ou vão, se  usarem serviços  carros por aplicativo ou táxi. Porém o sufoco é grande para conseguir transporte após o final dos shows, pois a demanda é sempre maior do que a oferta.  Em dia de chuva, nem pensar.  Por isso, mesmo com o estacionamento escuro, tem quem prefira ir de carro. No meu caso, penso ser melhor não arriscar espera, pois todo o ambiente fica muito esquisito, após as apresentações. Vou cedinho para ficar perto do prédio. E saio correndo, ao final das apresentações.

Após o maravilhoso show de Paulinho da Viola, dezenas de pessoas esperaram que o temporal, que desabou na noite daquele sábado, passasse para procurar seus automóveis no estacionamento. Porém…. na hora de pagar, os caixas automáticos haviam parado de funcionar.  Acreditam? Também encontrei pessoas com dificuldade de locomoção e cadeirantes implorando para o elevador funcionar. Mas o Cecon explica que “o elevador é simples, só de acessibilidade mesmo”. Que basta “acionar um botão” e que “sempre também há algum funcionário por perto para ajudar em caso de dificuldade”. Sinceramente, não vi nenhum. Pode ser até que tenha aparecido, quando eu já estava na plateia aguardando o início do show. O que vi foi cadeirante aguardando, para usar o elevador.   O público do Recife ainda espera pelas melhorias prometidas pelo grupo privado que assumiu o Cecon. Do jeito que está, faz até vergonha levar alguém de fora lá, onde estive com um amigo de Salvador. Com a palavra, o Consórcio Cid Convenções que assumiu a gestão do equipamento.

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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife

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