Gosto muito, mas muito mesmo de artesanato. Criança, dispensava as bonecas de luxo que recebia de presente (da Trol e da Estrela) e preferia aquelas de pano, que eram vendidas na feira. Minha mãe até dizia não entender porque a filha “só gostava de coisa feia”. O fato é que até hoje tenho aquelas bonecas (que a gente chamava de “bruxas”) em casa. E como peças decoração, até porque eu as acho lindas. Muito mais do que qualquer Barbie de plantão. Gosto de artesanato de palha, de renda, de barro, de madeira. Prefiro até a qualquer peça de , prata, porcelana ou cristal. Não sou colecionadora mas, só de São Francisco de Assis, são quase 60 imagens. E todas as vezes que vou ao bairro do Recife, sempre dou um jeitinho de visitar o Centro de Artesanato de Pernambuco, que fica no Marco Zero, e que não deixa cair o seu padrão de qualidade.
Nessa segunda, o Centro completa cinco anos de bons serviços prestados aos artesãos de Pernambuco. Sim, porque ele foi criado para abrigar peças dos nossos artistas populares, que não ficam nada a dever aos dos outros estados brasileiros. Querem uma prova? Quando for à próxima edição da Fenearte (só no próximo ano), preste bem atenção à produção de Pernambuco e das outras regiões. Com certeza, o nosso está entre os mais bonitos do país, embora haja muita coisa boa, também, em estados como a Bahia, Ceará e Piauí, para ficar só no Nordeste. E nosso artesanato é como o carnaval pernambucano: talvez o mais diversificado do Brasil. Para comemorar os cinco anos, o Centro de Artesanato está oferecendo descontos de 50 por cento em 300 peças selecionadas. Ao todo, são 25 mil peças expostas, distribuídas em sete setores: mestres, souvenirs, artesanato contemporâneo, cestaria, têxtil, brinquedos populares e trabalhos manuais. O Governador Paulo Câmara (PSB), participou da festa realizada hoje, que comemorou os cinco anos do Centro. Teve até bolo e vela.
Para comemorar a data o Governo de Pernambuco está lançando um portal sobre nossos artesãos e suas peças. Segundo o Governo de Pernambuco – que implantou o Centro (ainda na gestão Eduardo Campos, do PSB) – o espaço movimentou no período nada menos de R$ 13 milhões, dinheiro que volta para o bolso dos nossos artistas populares. Ao longo do período, o número de artesãos cadastrados passou de 400 para 1.400. E as peças comercializadas chegam a mais de 620 mil unidades. Os preços variam de R$ 2 a mais de R$ 70 mil. Há desde chaveirinhos, cinzeiros e caixinhas até utilitários como móveis que usam como matéria prima não só a madeira, como também o cipó e a palha. Alguns, como as mesas de Expedito – muito solicitadas por decoradores – ganharam espelhos e tampas de vidro, sem que a sofisticação as desfigurassem. O Centro funciona das 8h às 19h de segunda a sábado. E aos domingos, 8h às 16h. O horário de funcionamento deve permanecer até fevereiro, quando a nossa cidade recebe o maior fluxo de turistas.
Texto e foto: Letícia Lins / #OxeRecife