Vale do Catimbau: milênios de história e montanhas de surpresas na caatinga

Com essa pandemia, diversão ao ar livre – longe de ambientes fechados e refrigerados – permanece como a melhor opção para não ficar em casa.  Por esse motivo, tem muita gente organizando  passeios como trilhas nas matas, incursões pelo Litoral, e até caminhadas no Agreste e no Sertão. No sábado, por exemplo, o Grupo Andarapé fez um passeio pela Mata Atlântica, em terras do antigo Engenho São João, na Várzea. Pena que a pequena cascata que tinha água em abundância na última vez que lá estivemos, nesta estava seca, por conta do verão.

No feriado prolongado, o Andarapé reuniu um grupo de trilheiros. E esteve no Vale do Catimbau, Parque Nacional que se estende por três municípios da Região Agreste e que concentra 42 sítios arqueológicos.  Somente. Inclusive com milenares inscrições rupestres. Há quem ache o Vale do Catimbau um dos locais mais bonitos de Pernambuco, como é o caso do fotógrafo Hans Von Manteuffel, meu ex colega de trabalho e que adora aquela região. No passeio do Andarapé, tinha gente que já conhecia. Outros, foram pela primeira vez. Mas todos ficaram extasiados com as paisagens de pedra e a flora da caatinga. Um dos trilheiros foi Denaldo Coelho, Coordenador dos Grupos Preservar Pernambuco e Bora Preservar, ambos são parceiros do Andarapé.

E uma das trilheiras é  Lígia Cajueiro, de quem são as fotos que ilustram esse post. Dessa vez eu, cautelosa, ainda preferi ficar em casa. Como Hans, Denaldo também impressionou-se com a beleza do lugar. “Difícil dizer o que mais nos encanta, porque cada lugar tem sua peculiaridade, mas o Parque é deslumbrante para cada recanto que se olhe”, afirma.  Cenaldo visitou Alçobaça, Pedra do Cachorro, fez as trilhas dos Cânions, do Santuário, da Igrejinha, do Chapadão e das Torrinhas, locais que aparecem em algumas imagens da galeria abaixo de fotos.

Veja o que Denaldo postou sobre o passeio, nas redes sociais do Bora Preservar e do Preservar  Pernambuco:

“O conhecido Vale do Catimbau, fica localizado entre o Agreste e o Sertão pernambucano. Em 22 de agosto de 2002, passou a ser o Parque Nacional do Catimbau, que abrange os municípios de Buíque, Tupanatinga e Ibimirim, com cerca de 62.000 hectares. É considerado o segundo maior parque arqueológico do Brasil, ficando atrás apenas  do Parque Nacional Serra da Capivara, no Piauí. O Parque impressiona pela sua beleza e não há quem não se encante com sua paisagem.

Seus magníficos paredões de arenito se elevam a uma altitude de 900 metros, descortinando formações rochosas esculpidas pela ação erosiva dos ventos e das chuvas, trazendo formações geológicas compostas por diversas cores e tipos, que datam mais de 100 milhões de anos. Seus chapadões se precipitam em encostas abruptas e vales abertos, causando admiração em cada olhar. Pelo Parque estão catalogados em torno de 42 sítios arqueológicos, com diversos grupos de pinturas rupestres, estimados em 6 mil anos de idade, revelando um museu a céu aberto que mostra detalhes da nossa história. Dentre os sítios, destaque para o Alçobaça, que apresenta um belo conjunto de grafismos rupestres, com diversidade em técnicas e estilos de pintura, e que devem ter sido feitos em diferentes épocas por grupos étnicos distintos. Além disso, o Parque em área de bioma da caatinga apresenta flora e fauna variadas.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife e Denaldo Coelho (Bora Preservar / Preservar Pernambuco)
Fotos: Lígia Cajueiro / Grupo Andarapé / Cortesia

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