Casa Forte: Atrapalho em feira orgânica

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Sinceramente, nesses tempos de pandemia e isolamento social – com as atividades econômicas quase parando e de situação ainda mais difícil para quem vive na informalidade – está complicada a vida dos pequenos agricultores que ofertam uma feira de produtos orgânicos nos jardins da Fundação Joaquim Nabuco, em Casa Forte. Penso que, em época tão difícil, nosso dever é ajudá-los. E não atrapalhar a vida de quem tenha ganhar honestamente o sustento da família.

A feirinha acontece nas quintas-feiras, bem cedinho. São apenas três barracas, onde se pode comprar hortaliças, verduras de boa  qualidade e tubérculos (à exceção da batata inglesa, que ainda não conseguiram cultivar sem uso de defensivos). Também comercializam ovos de capoeira, frutas e massa para tapioca. A Fundaj está fechada devido à pandemia, mas os feirantes continuam marcando presença. São todos de uma mesma família. E lá não tem aglomeração nenhuma. Até porque grande parte da clientela sempre reservou suas mercadorias por telefone, mandando portador ir lá buscar. E agora esse hábito se tornou ainda mais frequente, devido ao coronavírus, como vocês podem observar (na foto), a quantidade grande de sacolas plásticas brancas espalhadas pelo chão. São pedidos da vizinhança que opta por comida saudável.

Acontece que tem sido comum: Nas últimas três semanas, os feirantes chegam e não podem entrar para armar as três barracas, porque os portões da Fundaj ficam fechados. Houve dias em que ficaram com as mercadorias na calçada da própria repartição. Outra vez, na calçada da loja vizinha, com os caixotes espalhados pelo chão. Uma confusão. Moradores do Monteiro, Casa Forte, Dois Irmãos, Apipucos, Poço da Panela e bairros vizinhos costumam deixar os automóveis no estacionamento externo da Fundação, fazem a feira rapidamente e retornam logo às suas casas. Não chegam nem a ocupar espaço dos servidores, já que ela se encerra cedo em dias de expediente normal.

Nunca vi aglomeração superior  dez pessoas ali (o limite imposto por decreto governamental, como forma de evitar a expansão do coronavírus).  Porque chegam uns e outros estão saindo, com grande rotatividade. Na última quinta, abriram os portões, e a feirinha voltou ao seu lugar antigo, com muita gente mandando reservar mercadorias para buscar. Ou receber em casa. Mas quem foi fazer compras no local, não pode estacionar na área destinada a visitantes: o estacionamento  externo estava interditado com corrente.  O motivo ninguém sabe. Como perguntar não ofende, para que se criar tantas dificuldades? Ainda mais a quem produz e consome alimentos sem veneno? Será que é o coronavírus?

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Texto e foto: Letícia Lins / #OxeRecife

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