Casa Amarela pede “socorro”

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Há umas coisas no Recife que ninguém consegue entender. Depois de passar um tempão em reforma e com a entrada obstruída – no local onde faz esquina com a Avenida Norte – a Avenida Professor José dos Anjos permanece com um trecho de 300 metros de extensão sem nenhum tipo de benefício. Calçamento que é bom, nada. O que ninguém entende é porque ele foi totalmente esquecido.

Estive lá recentemente e me defrontei com lixo, lama e uma buraqueira infeliz. O Canal Vasco da Gama está muito sujo. O trecho em questão fica entre as ruas Arnoldo Magalhães e Guimarães Peixoto. E os moradores cansaram de tanto de esperar pela presença do poder público, que alguns até exibem faixas pretas nas fachadas dos edifícios pedindo “socorro”. Não é para menos, pois a situação é mesmo muito precária. Até a passagem de pedestres sobre o Canal precisa de reparo, pois do jeito que está, há até risco de alguém cair na água fétida que por ele corre.

Ninguém entende porque requalificação da Avenida Professor José dos Anjos “esqueceu” de 300 metros de extensão.

“Foi feita uma alça entre a Guimarães Peixoto e a Avenida Norte, mas esqueceram de requalificar o pedaço que fica entre a Guimarães Peixoto e a Arnoldo Magalhães”, reclama Vandson Holanda, Coordenador do Instituto Casa Amarela Saudável e Sustentável, referindo-se à obra incompleta ali feita pela Prefeitura do Recife. Ele diz que o Icass deseja uma abordagem mais ampla para polígono naquele trecho de Casa Amarela,  onde está situada a horta urbana de Casa Amarela, intervenção feita pelos moradores justamente para evitar a então crescente degradação de um terreno onde deveria ter sido feita uma praça. A proposta é urbanizar o trecho esquecido, jardinar a área, implantar ciclovia e iluminação melhor.

“Tivemos uma reunião na URB (Empresa de Urbanização do Recife), mas eles nos mostraram uma proposta mirabolante, difícil de ser executada pois envolve até desapropriações”, conta o coordenador do Icass. “O que queremos é um projeto pé no chão, e há um compromisso para que ele seja fechado até o final do mês”, diz ele.  Os moradores querem transformar a região em área de proteção ambiental, o que impediria uma verticalização maior do bairro, cuja infraestrutura – inclusive no que diz respeito a saneamento – não comporta mais superpopulação. Caso o projeto oficial atenda aos interesses do bairro, o Icass até se comprometeria a trabalhar na captação de recursos, que tornassem a  área mais habitável, mais acolhedora e com chance de maior convivência entre os moradores. Com a palavra, a  Prefeitura do Recife.

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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife

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