Tristeza, vergonha, revolta, com a situação dos povos Yanomami, que amargaram por completo o abandono do poder público, tiveram suas terras invadidas e contaminadas pelo garimpo ilegal e que começaram a morrer à míngua. Situação que se agravou no governo passado, liderado por Jair Bolsonaro, que sempre se posicionou contra os interesses indígenas. Ainda como deputado federal, em 1993, o ex-capitão apresentou proposição para tornar sem efeito decreto presidencial criando a reserva Yanomami, que havia sido homologado em 1992.
Na presidência, ele mostrou mais preocupação em liberar a exploração predatória da Amazônia do que em manter em pé sua floresta. Que desmontou a rede de proteção ambiental no Brasil, e não só tolerou como incentivou a ocupação de terras dos povos originários. O resultado é a tragédia que está aí. Uma tragédia, aliás, anunciada. As imagens da tragédia humanitária divulgadas desde a semana passada remetem às velhas fotografias captadas entre 1967 e 1970, durante a guerra civil pela independência no território da Biafra, na Nigéria, quando mais de um milhão de pessoas morreram, a maioria devido à fome. Felizmente, o Presidente Lula e seu ministério começaram a correr para recuperar o tempo perdido, para evitar que se alastre o chamado “genocídio” que, com certeza – em um futuro não muito distante – chegará até os tribunais internacionais.
Pelo menos, a sociedade está mobilizada. Passando para divulgar a carta assinada por Frei Beto sobre a situação das comunidades originárias, com um apelo à sociedade para colaborações em nome daquele povo, cuja situação comove o mundo. Contribuições podem ser feitas para a conta bancária Hutukara Associação Yanomami, Banco do Brasil, Agência2617-4, Conta Corrente 58.918-7. O CNPJ é 07.615.695/0001-65. Chave aleatória PIX: 8b323044-0123-49e5-8938-03bdc8491277. Caso você queira recibo ou algum esclarecimento, pode entrar em contato pelo e-mail hutukaraassociacaoyanomami@gmail.com. Identificar o título com Campanha Quaresma Yanomami. Vamos colaborar, gente, os yanomami precisam de nós, mais ainda do que tanto necessitaram de assistência os nordestinos, durante o flagelo das secas. Em carta divulgada nas redes sociais, Frei Beto informa que “a Campanha da Quaresma será dedicada aos povos originários que habitam a Terra Indígena Yanomami (TIY)”, com cujos líderes ele sempre mantém contato. Por favor, ajude a divulgar esse apelo em suas redes sociais.
Frei Beto lembra que em maio deste completam-se 30 anos da TIY, a maior área destinada a povos indígenas do Brasil, com 9,6 milhões de hectares de floresta, na qual moram 700 pessoas da etnia Ye’kwana e aproximadamente 26 mil indígenas da etnia Yanomami, distribuídos em 321 aldeias. Ele mostra que esses últimos “são um dos maiores povos indígenas do Planeta que ainda mantêm seu modo de vida tradicional”, e que falam seis idiomas. E denuncia que esses povos enfrentam problemas desde a década de 70 do século passado, por conta de abertura de estradas que causaram fortes impactos ambientais, o que ajudou a disseminar doenças e a provocar mortes entre os indígenas. Já na década de 1980, o TIY passou a ser invadido por garimpeiros, situação que vem piorando.
Ressalta que o Sistema de Monitoramento do Garimpo Ilegal na Terra Indígena Yanomami mostra que essa invasão cresceu 30 por cento em 2020, e que – em 2021 – as cicatrizes deixadas foram 2.933 hectares de matas destruídas. Isso sem falar nos rios contaminados por mercúrio, substância usada no garimpo e que traz danos irreversíveis ao meio ambiente, incluindo rios e peixes. Estima-se em cerca de 20 mil os garimpeiros atuando ilegalmente na área. Frei Beto relembra violências envolvendo até armas de fogo contra os indígenas. E mostra que, em 2021, as infecções já avançavam em proporções assustadoras entre eles: 250 por cento. Frei Beto pede doações para a Hutukara, associação da TIY, com “maior reconhecimento nacional e internacional”. E apela: “sua doação, ainda que de R$ 1, poderá favorecer a aquisição de cestas básicas com alimentação adequada, apoio a ações de saúde, compra de testes rápidos para Covid-19 e até para aquisição de ferramentas de pesca. No Recife, a Central Única de Favelas (Cufa) deu início à arrecadação de donativos par os yanomami, principalmente alimentos. Mais informações no telefone (81) 997475008. A Cufa fica na Avenida Norte, 5300, Casa Amarela.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Condisi/ YY / Divulgação