Multicultural, o carnaval do Recife pode ser considerado o mais diversificado do Brasil diante da grande quantidade de manifestações que tomam conta das ruas durante a festa mais popular da cidade. Pode ser considerado, também, muito democrático, pois não exige abadá pago nem tem cordão de isolamento, ao contrário do que ocorre em algumas capitais brasileiras. Por esse motivo, é considerado muito democrático. Essa abertura também se estende aos palcos dos 49 polos de animação, que receberão artistas de todas as partes do país, embora ” 98 por cento das atrações programadas sejam locais”, segundo a Prefeitura.
“O Recife recebe de braços abertos toda a cultura brasileira. Qualquer artista de qualquer gênero ou parte do país pode se apresentar, mas quem subir ao palco vai ter que cantar pelo menos um frevo”, afirma o Prefeito João Campos (PSB), que hoje deu entrevista sobre a realização da festa, no Paço do Frevo. Durante a qual cometeu um exagero, quando disse que “cem por cento dos nossos artistas serão contemplados”, durante a festa. Será? O multiartista Walmir Chagas, o Véio Mangaba, que estava ouvindo a entrevista, comentou em tom jocoso. “Então vou cantar no carnaval, ele não falou em 100 por cento?”
Excessos à parte, a festa de carnaval 2024 promete.E muito. A começar pelo tamanho. Começa na quinta-feira, 8 de fevereiro, com cerimônia que deve emocionar o público no Marco Zero. E, tem mais, a presença do cantor Gilberto Gil, na mesma noite de abertura. Vamos falar no primeiro dia da festa, que vai unir o Tumaraca e o Olodum, na cerimônia Tambores pela Paz. Isso lá para as 21h. De arrepiar, só de ouvir falar. Mas a festa começa logo cedo, por volta de 16h, quando ocorre o Ubuntu, cerimônia de lavagem simbólica do Marco Zero e ruas do Recife Antigo, com 29 afoxés. Tudo para abençoar o início do carnaval. Às 18h20, sobe ao palco a Orquestra Popular do Recife, sob o comando do Maestro Ademir Araújo, com participação de André Rio e Marrom Brasileiro.
Às 19h30, os tambores tomam conta das ruas, com o Tumaraca, cerimônia que tradicionalmente abria o carnaval do Recife na sexta-feira. Serão cerca de 700 batuqueiros de treze nações de maracatu de baque virado (ou maracatu nação), que prestarão homenagem ao percussionista Naná Vasconcelos que, se vivo fosse, estaria completando 80. Ele foi o criador do ritual. Pela primeira vez, a cerimônia contará com piano (Amaro Freitas). Apresentam-se, também, Voz Nagô, Bacnaré, Luna Vitrolira e outros. ÀS 21h, entram os Tambores pela Paz com o Tumaraca e o Oludum juntos. Às 21h30, entra só o Olodum.Por volta das 22h20 tem Recife Cidade do Mangue, com Louise (filha de Chico Science) e convidados. Por fim, Raphaela Santos, à 1h40m, com música brega. Bom, o primeiro dia é isso daí. Os outros dias irei informando aqui no #OxeRecife.
João Campos afirma que será “o maior carnaval de todos os tempos” (seis dias de festa), com 3 mil apresentações, cerca de 8 mil servidores da Prefeitura envolvidos. Também assegura que 70 câmeras de monitoramento serão espalhadas nos focos da folia. Segundo o Secretário de Turismo, Antônio Coelho, o carnaval do Recife já motivou a programação de cem voos extras, 93 por cento das vagas da rede hoteleira já estão reservadas, o que representa “20 por cento a mais do que essa época, em 2023”. A festa deve criar 50.000 postos de trabalho, e injetar R$ 2,4 bilhões na economia. “Todos podem vir ao Recife, curtir a festa com segurança e tranquilidade”, destaca.
Abaixo, um pequeno vídeo com passistas em frente ao Paço do Frevo, pouco antes da entrevista do Prefeito João Campos.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: PCR e PCR/ Acervo #OxeRecife
